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  • Foto do escritorOtavio Yagima

Crônica #96 | Síndrome do final de ano

No balanço da melancolia.


uma mulher assustada com a sindrome de final de ano natal

O que você encontrará nesta crônica:


Estamos em mais um final de ano. Como estão os seus sentimentos neste momento? Vivenciamos todo final de cada ano com essa dinâmica peculiar, marcada pela percepção e domínio acentuado do sentimento de urgência. As pessoas mergulham em um frenesi agitado para cumprirem um cronograma específico, quase universal, relacionado às festas, e às vezes querendo realizar em dezembro tudo aquilo que foi adiado durante o ano todo. Sensação de cansaço, e dever não cumprido. Você se sente bem e confortável?

Ou estaria no tempo de procurar por respostas de mudanças?


I. O dezembro de natal.


Um movimento diferente pairava no ar.


Lá fora, muitos carros nas ruas, pessoas apressadas, sorridentes e outras com semblantes imersos nos próprios pensamentos. Este cenário se apresentava aos meus olhos enquanto aguardávamos um casal, amigos queridos em comum, meus e de minha esposa. Todo período próximo ao Natal se manifesta com uma vibração semelhante ao nosso estado de espírito.

 

A cafeteria, em um gostoso e primoroso bairro, estava com uma delicada decoração, convidando-nos a entrar no clima de confraternização. O requinte dos doces enchia os olhos de puro prazer. Estávamos apreciando e desfrutando aqueles momentos em uma conversa tranquila, deixando-nos envolver pela energia harmoniosa do lugar. Fomos assim presenteados com um agradável bem-estar.

 

Em dado momento, entra um casal com um menino, talvez uns seis anos de idade. Sentam-se numa mesa próxima a nós. A criança, um pouco agitada, leva um bom tempinho para finalmente se sentar. Rodeava a mãe de um lado a outro, olhar triste e angustiado. A mãe, igualmente, aparentava angústia e dirigia todo seu olhar para o marido. Discutiam algo relacionado à família e viagem. Ela dizia que não queria e que estava se sentindo muito pressionada e obrigada a aceitar a situação. O homem, constrangido pela altura e o tom de voz da esposa, abaixa sua cabeça e a segura entre suas mãos.

 

Situações assim são comuns em nossos cotidianos; porém, nesta época do ano, a questão família e parentes parece se tornar algo tão obrigatório que seu peso se multiplica, desdobrando e ramificando em muitas outras questões conflitantes.

 

Esse período, que na sua essência deveria ser de paz, harmonia e reflexão, pela representação profunda que carrega, muitas vezes, porém, se perde em meio ao estresse provocado por tantas pressões a que foi convencionado.

 

Mais lembrado pelo Papai Noel do que pelo seu grande e real motivo, o Natal vem do latim natale, que significa o dia do nascimento. Para os cristãos, é a celebração do nascimento de Jesus Cristo. Ele, que trouxe aos homens uma nova ordem de valores, e que ainda hoje, depois de 2023 anos, não é suficientemente compreendido por nós. Essa celebração remonta ao ano 336 e ficou conhecida em Roma como Natale Domini, Natal do Senhor. Uma tradição que traz consigo o sentimento de renovação, onde se fecha um ciclo para o início de outro, tempo de esperança para o novo.

 

No entanto, dezembro persiste para muitos como mês de compras de presentes, aquisição de roupas novas e indulgência em abundância de comida e bebida. E, em vez de experimentarmos um merecido relaxamento após um ano de trabalho árduo, surge a ansiedade atingindo níveis de angústia, deprimindo e manifestando-se de diversas maneiras pelas muitas pressões provenientes de todas as direções. Afinal, mais um ano se finda à espera de resultados.

O final de cada ano adota essa dinâmica peculiar, marcada pela percepção e domínio acentuado do sentimento de urgência.

 

As pessoas mergulham em um frenesi agitado, esforçando-se para cumprirem um cronograma específico, quase universal, relacionado às festas, ou então impondo a si mesmas a meta de realizar em dezembro tudo aquilo que foi adiado durante o ano todo. Permanece uma sensação de que o tempo passou sem que fosse concretizado tudo o que planejaram; enquanto os novos horizontes do Ano Novo se aproximam, desprovidos de um claro entendimento do que fazer com esse tempo que se renova.

 

O casal, que acabou não conseguindo evitar aquela discussão num ambiente inapropriado, só demonstrava o quanto de transtorno já havia dominado os seus sentimentos.

 

Nossos amigos adentram a cafeteria com uma prima deles. Haviam combinado conosco de levá-la, pois passava por momentos difíceis de uma séria doença. Eles a hospedaram pela necessidade que se fazia de um tratamento mais específico.

 

- “Que lugar perfeito para nosso encontro!” Assim, ela sorri e se diz muito feliz e grata por estar ali conosco, num ambiente tão aconchegante e acolhedor.

 

O casal com o filho ainda discutia; parecia não chegarem a um acordo razoável por

não renunciarem, cada qual, às suas vontades próprias. Em certo momento, a mãe, exausta, diz que sempre havia cedido, mas que naquele ano não mais faria o que não queria.


II. Convenções familiares.


A questão do jovem casal envolvia uma viagem à casa de parentes. Imersos na cultura em que crescemos, aceitamos as convenções determinadas e, muitas vezes, nem nos questionamos. Vamos cumprindo anualmente de maneira repetitiva e inconsciente, tudo pela nossa vida social, talvez nem entendendo de fato o porquê dessas ocasiões serem do jeito que são.

 

Cada um de nós está num ciclo de vida que tem suas funções especificas e possui olhares diferentes para iguais questões. A cada ano que passa, portanto, novas e diferentes necessidades são sentidas e merecem novos olhares e novas posturas. Normalmente, nem nos damos conta disso, ignoramos nossas novas necessidades e continuamos a participar das convenções da mesma forma de sempre. Há muitas situações em que somos influenciados, é de muita importância não nos comprometermos com ilusões.

 

Participamos das convenções sociais conscientemente, ou estamos inconscientes, apenas fazendo parte sem compreender ou questionar?


Como você está se sentindo neste final de ano?

 

A prima de nossos amigos nos diz:


- “Mais um ano se foi, e com ele desejo muito assumir novas visões e encerrar grande parte dos meus sofrimentos. Reconheço que o ambiente ideal para viver esses momentos seja a família; no entanto, hoje, amplio o conceito do que é essa família. Afinal, nós aqui estamos reunidos experimentando uma dinâmica familiar, não por uma ligação restrita de filiação, mas por um nível de consciência que nos permite isso.”


O valor das reuniões familiares e todas as convenções às quais estamos habituados pode estar presente, sem necessariamente se ter os laços consanguíneos. Muitos vazios preenchidos com tristezas podem encontrar seu fim com o sabor da amizade.

 

Filha única, separada e com o filho residindo em outro país, neste ano específico estaria literalmente sozinha, não fosse pelo nosso casal de amigos. O isolamento e a solidão podem agravar a condição de quem já enfrentou ou enfrenta uma depressão ou alguma outra situação difícil. Pensamentos de tristeza, desvalorização, desmotivação e a sensação de que a vida não tem mais valor. Torna-se necessário e importante reconciliar-se com o que tomou o controle de sua vida, ou com aquilo que pode ter sequestrado sua existência.

 

Você está consciente de todas as suas verdadeiras vontades e anseios?


Está feliz verdadeiramente ou infeliz, apenas cumprindo um papel social?


Alguma vez viveu de fato o verdadeiro sentido e significado do Natal?


 

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III. síndrome do final de ano?


Cada pessoa sente e dá uma conotação pessoal em relação a essas celebrações.


As pessoas tendem a estar mais sensíveis, muitas em estado de alegria e muitas outras, porém, em estado de melancolia, angústia ou tristeza. Muitas fazem questão de estar em família; outras preferem ficar sozinhas, e muitas outras não têm família e nem gostam de ficar sós. E outras ainda se comparam com os outros e lamentam não terem o cenário, nem tampouco a ceia idealizada e instituída pelas mídias. Frustrações, autocobranças, impotência, desvalia. Tantos sintomas coexistindo, associados geralmente por pressões externas, sufocando e oprimindo o interno de forma confusa. Síndrome do final de ano?

 

Você se sente desconfortável?


Estaria no tempo de procurar por respostas do que fazer?

 

Pois bem, no seu devido tempo, deixar de apenas pensar ou falar e agir. Um afastamento da audiência que se consome em aleatoriedades, impondo crenças como verdades, é de grande valia. Não permitir, então, ser influenciado pela mídia ou pela avalanche manipuladora que abrange simultaneamente e de forma contínua a tudo e a todos: a internet, com seus canais e redes sociais.


Exercer a autonomia individual, tomando as rédeas das escolhas próprias e determinando o caminho a percorrer, direcionando nisso a atenção, interesse e foco. Sustentar os desejos e a determinação, evitando ceder à ansiedade e focando em viver um dia de cada vez. Dentro das possibilidades, usar das ferramentas disponíveis em busca da melhor decisão, refletindo sobre todos os aspectos de sua vida de uma forma mais detalhada. Avaliar a sua autoestima e estimar o seu próprio valor sem depender da avaliação de outras pessoas. A opinião alheia sobre você é muitas vezes uma projeção da pessoa que a emite; portanto, encarar essas opiniões como curiosidades sobre o outro e não delegar sua autoestima a essas opiniões. Busquemos a serenidade para discernir entre o que é e o que não é nosso. O crescimento emocional e espiritual requer revisão de nossos conceitos e ajustes de valores.


A pessoa que alcançou e possui uma estimativa saudável de si mesma experimenta um profundo sentimento de bem-estar. Tende a ter na sua aparência e expressão uma aura jovial, uma vez que não se preocupa com a opinião alheia, tampouco se sente intimidada ou arrogante. Quando reconhece seu verdadeiro valor, situações cada vez mais favoráveis se desdobram, impulsionadas pela sintonia interna. Dessa forma, aflora uma autêntica sensação de alegria e realização, transcendendo a efemeridade. A pessoa que se conhece e está bem resolvida consigo mesma sabe respeitar o próprio momento e o seu próprio tempo.


E hoje, nosso tempo nos abraçou junto aos nossos amigos, num delicioso café, nos nutrindo com suas irresistíveis doçuras. O jovem casal se abraça, e o menino corre para se colocar entre os pais. Os momentos de celebração não exigem datas nem locais específicos; todos os dias são muito importantes nas nossas vidas.


IV. Ponto de conexão.


As expectativas que criamos para o ano que se aproxima não necessariamente têm ou precisam que a transformação ocorra no início do ano. Por necessidade humana e talvez intrínseca, conferimos ao réveillon o simbolismo do novo. Se reconhecermos que tudo o que aconteceu ontem contribuiu para o hoje, compreendemos que a decisão de mudar não está vinculada ao fator temporal. E quanto ao amanhã? Invariavelmente, será diferente do ontem e do hoje.


Surge então a pergunta: “Será realmente necessário aguardar o final do ano para iniciar uma ação, mesmo que seja apenas para expressar desejos e intenções?”

 

Os extremos estabelecem regras e delineiam as fronteiras do finito.


Algumas pessoas aguardam o final do ano como um momento para deixar o passado para trás, ansiando por boas novidades, enquanto outras se entregam à melancolia, ancoradas em lembranças dolorosas. Então, qual seria o ponto de equilíbrio? Embriagar-se a ponto de prolongar aquele momento ou restringir-se a um quarto escuro, recolhendo-se enquanto observa os fogos de artifício que acontecem fora de si?


A transição da data de 31 de dezembro para o primeiro de janeiro não deve ser o único determinante do caminho a ser seguido. Não existe uma única forma ou um único dia específico para celebrar ou vivenciar momentos. Podemos fazer escolhas em qualquer data ao longo do ano para iniciar um evento significativo, desde que haja vontade, coragem e ação.

Então, qual é a magia na essência de tudo isso?


Existe, de fato, um aspecto positivo: a concentração de energia no campo etérico, que ocorre em escala mundial e cósmica nesta data, em especial no Natal.


Não podemos vê-la, mas conseguimos senti-la.


Não a tocamos ou a armazenamos; ela está disponível para qualquer pessoa que deseje adquiri-la.


É simples, basta sentir!


Essa energia especial é palpável quando a fé na sua profundidade existir, e o ato de bondade estiver presente. Reservemos momentos de conexão com o ponto principal do Natal, reconhecendo e sentindo com intensidade, entendendo a razão. É uma pena que, já no segundo dia de janeiro, essa energia positiva e especial, esse nosso estado de espírito comece a dissipar-se.


Passo a passo, avancemos, com os pés no chão, na nossa jornada diária. Redefinir o conceito e a ideia de que o final do ano é apenas alegria, assim como compreender que não deve ser o depósito concentrado e exclusivo das tristezas e amarguras do passado. Todo e cada dia é um novo começo.


Cada ontem é um encerramento.


Cada futuro é uma bênção.

 

Não precisamos esperar o fim do ano para fechar algo, nem a virada do ano para começar algo novo. Celebremos, sentindo, expressando e vibrando gratidão. Nosso ego interrompe, por vezes, a apreciação do belo, o mais belo de tudo que existe: a Vida.


Feliz Natal!!


 

Esta é uma obra editada sob aspectos do cotidiano, retratando questões comuns do nosso dia a dia. A crônica não tem como objetivo trazer verdades absolutas, e sim reflexões para nossas questões humanas.

 

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