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Crônica #81 | 2023: Uma odisseia na Terra.

IA: Ser ou não ser, eis uma questão!



I. Vida moderna.


Inteligência artificial, foi onde culminou o assunto que trocava com um amigo, engenheiro mecânico, que trabalhava numa fábrica automotiva. Dentro do nosso diálogo, a automatização se evidenciara e ele se dizia totalmente favorável ao avanço tecnológico, tanto no processo de montagem como na fabricação dos veículos. Observamos que a tecnologia deu um salto nas últimas décadas.


Tivemos acesso à internet por volta do ano 2.000, foi e continua sendo revolucionária como tecnologia. Nem é necessário listar o que não funcionaria sem ela. Creio que muitos de nós, já não conseguiria viver sem a sua companhia. Isso é fato!


Gargalhamos quando meu amigo lembrou da época da nossa juventude, fazendo mímica em comparativo aos dias de hoje. Tudo se tornou arcaico em muito pouco tempo. Lembramos como ouvíamos música através de toca discos, fitas cassetes, cd player; e agora, absolutamente todos os tipos de músicas num simples toque digital. Quando queríamos assistir filmes, nos deslocávamos a uma loja física, às antigas vídeos locadoras. Não podia alugar muitos filmes, pois não daria tempo de assistir até a data específica de devolução. E hoje? Temos uma biblioteca assustadora, quase que infinita de temas com filmes, séries, documentários etc. De forma simples e instantânea, temos todos os títulos para serem assistidos a qualquer hora e por quantas vezes se quiser. E mesmo querendo, não daria para assistir a tudo durante essa presente vida, tal é a abundância absurda que nos é oferecida. As nossas televisões são também inteligentes, já vindo integradas, prontas para interagir com as diversas inteligências. Nada mais mecânico, tudo digital.


Atualmente, raras são as pessoas que leem revistas ou jornais impressos em papel. As bancas de jornais praticamente desapareceram do cenário das cidades.

E os lápis, canetas e os antigos cadernos de caligrafia, se transportaram para os teclados. Ninguém mais escreve cartas manuscritas, tudo é enviado instantaneamente através dos meios eletrônicos.

A internet revolucionou a comunicação, os consumos, e a nossa vida de um modo geral, foi profundamente impactada.


II. Início de uma complexa batalha.


Assim como toda essa revolução tecnológica trazida pela internet, temos hoje, um novo e grande desafio: a revolução da IA, inteligência artificial.


Lembro-me de um fato ocorrido em 1997, onde um supercomputador jogador de xadrez, o Deep Blue, venceu o então campeão mundial e um dos maiores enxadristas da época, Garry Kasparov. Não bastasse a complexidade que envolve um jogo de xadrez, foi despertada a polêmica em torno de uma jogada decidida pelo Deep Blue, considerada como incoerente e impossível para uma máquina.

Era revelado então diante do mundo, o extraordinário e imenso potencial que poderiam atingir as IAs.


O novo milênio nascendo com exigências cada vez mais complexas, se juntando a então acessibilidade da internet, foi trazendo ao público as suas cada vez mais, surpreendentes novidades e facilidades.

E então cresce dentro do ramo da Ciência da Computação, o da Inteligência Artificial. Uma tecnologia computacional traduzindo dados, algoritmos, fazendo possível a aplicação da teoria da IA. Sem dados não teríamos IA. O desenvolvimento do software visando ser cada vez mais inteligente, levando-o a entender os nossos desejos ou nossos comportamentos. De posse de dados com seus respectivos algoritmos, sua construção envolve redes neurais artificiais, sistemas de aprendizado, sempre com o objetivo de reproduzir a inteligência humana. E então, tornando-as capazes de funcionar, tomar decisões e resolver problemas. Simulando pensamentos, opera com uma lógica semelhante ao nosso raciocínio.


Em 2019, quando em visita à casa da minha filha na Áustria, lá já estava ela com a Alexa. Hoje está com a Google Assistant, desfrutando dos serviços e comodidades no dia a dia. Os jovens sempre bem-informados, e de posse de todas as novidades que vão surgindo.

Estamos usufruindo de todos esses avanços envolvendo IAs, e muitas vezes nem damos conta disso.

As assistentes de voz como Siri, Google Assistant, Alexa, os chatbots entre outros. O reconhecimento facial nos celulares, nas portas de nossas casas, os inúmeros aplicativos, o GPS, os relógios inteligentes, os sistemas autônomos de veículos, enfim, impossível de se listar tudo a que já temos acesso.


Observa-se cada vez mais um desenvolvimento exponencial, realmente sem precedentes. Hoje a IA está embarcada e caminha por todos os campos. Nos celulares, dentro da internet, nas comunicações, no marketing, na educação, na aprendizagem, nas empresas, nas indústrias, na área de direito, na medicina. Ela controla os sistemas de voos, sistema de energia, sistemas de segurança, transações bancárias etc. Talvez seja mais fácil dizer onde ela não está presente. Praticamente tudo hoje possui um software, até uma geladeira. E podemos dizer que os que ainda não tem, passarão em breve a tê-lo. Os carros modernos são exemplos disso.

 

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III. Plenitude do sentimento humano.


O meu amigo com o seu carro de última geração, afirma que só falta ele falar. Aliás, falou alertando ter ele entrado numa área não muito segura. Isso aconteceu por alguma falha na sua maneira de introduzir o endereço onde queria chegar, o GPS o levou por aquele estranho caminho.


Para ele foi um paradoxo, confiar plenamente na precisão de uma IA, e estar ali praticamente perdido. A questão era que ele estava sob uma forte chuva, num lugar desconhecido, e com a escuridão da noite que se adentrava. Havia entrado numa área sem cobertura de internet, nada de sinal!

Uma mistura de medo, insegurança, e se sentindo traído pela tecnologia.

No entanto, não poderia acusar uma máquina pelas suas condições de uso. Restou assim o seu velho recurso, uma conversa com outro ser humano para receber orientações da sua localização.

Procurando, avistou e chegou numa humilde casa, quase próxima à beira da estrada.


Não acreditou no que via. Luz de lampião, fogo num fogão a lenha, e um casal de idosos com, ao que parecia, seus netos. Após explicações da sua desorientação, foi-lhe servido um café coado à moda antiga, e um pedaço de pão caseiro. Estava frio devido à chuva, mas sentiu conforto e paz. Estranhou seus sentimentos, uma vez que estava em casa de estranhos. Ele, com seu carro de última geração, ali, com um casal de idosos que jamais tivera acesso a qualquer tecnologia. Num lugar sem cobertura de sinais, perdido do restante do mundo. Existia ainda esse tipo de vida? Essa experiência lhe rendeu muitas reflexões, e estava agora compartilhando comigo, seus momentos estranhamente vividos. Queríamos então, juntos, filosofar.


Estamos diante de uma humanidade, quase que conduzida como uma grande manada, hipnotizada, e imersa sob a ação dessa imensurável rede de tecnologias. Seria a vida daqueles idosos, um exemplo para não se deixar ser simplesmente conduzido? Será que precisaríamos chegar a tanto? Ou existe uma maneira de se viver nesse mundo, sem ser simplesmente conduzido como um zumbi, alheio a toda realidade que já existe, e a uma outra realidade mais assustadora que desponta?


Estamos na era de computadores quânticos! Será que conseguimos dimensionar esse fato?

As IAs poderiam de fato desenvolver consciências abstratas, como os sentimentos ou emoções?

De início, talvez se tenha pensado nas máquinas substituindo os homens, nas tarefas mecânicas, repetitivas e pesadas. O que já vem acontecendo desde tempos remotos. E desde esses tempos as IAs também estavam sendo desenvolvidas, não é algo novo. Porém, a impressão que se tem, é que de repente tudo emergiu de uma só vez, nos deixando perplexos com as suas possibilidades, e seus inimagináveis níveis de alcance.


Seria a Torre de Babel dos tempos modernos, cuja linguagem de um humano passa a ser não compreendida, e talvez assim criando conglomerados de raças humanas? Apocalipse?

A sensação que se tem, nos passa uma ideia de estarmos vivendo agora uma grande revolução, seja na questão de valores humanos, seja na questão de nossas atividades pessoais e profissionais, e uma enorme parcela na questão tecnológica, mais precisamente nas IAs.


 

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IV. Mentes digitais.


O objetivo dos cientistas e pesquisadores dessa área específica, sempre foi, criar uma IA que fosse superior à inteligência dos seres humanos. Temos disponível, e no momento se popularizando de forma exponencial, os modelos de IA denominada como restrita. Seriam aqueles modelos que conseguem resolver tarefas específicas.


Muitos modelos de IAs hoje se comunicam entre si. Estão integradas de tal forma, que o mercado de trabalho já está sendo bastante impactado. Sabemos que de uma forma ou de outra, todas as profissões serão impactadas, e muitas estão fadadas a extinção. No entanto, existe também a possibilidade dos seres humanos se unirem às IAs, potencializando assim o seu trabalho. É necessário nos reformularmos rapidamente, pois a velocidade com que anda essa tecnologia, é realmente assustadora. No cenário atual, onde muitas vidas se perdem em acidentes de trânsito, sabemos que as IAs não apenas dirigem melhor que os humanos, mas possuem recursos muito além, em questão de segurança e proteção aos seus passageiros. Logo mais, todos os carros serão dirigidos por IA. Assim como as artes produzidas por elas, são incrivelmente de muita qualidade, ricamente espetaculares em seus mínimos detalhes.


Partindo do ato de dirigir um veículo, e saltando para a esfera onde há a necessidade das criações mentais abstratas de um artista; nos surpreende o seu alto grau de perfeição em suas tarefas. Diante dessa realidade, decerto nem saibamos mais o real conceito de criatividade. Talvez, através do mapeamento do seu padrão artístico, do seu estilo e traços, a IA possa ser uma auxiliar; ajudando a traduzir de maneira fiel aqui no mundo da matéria, a arte que existe dentro de você, na sua alma. Como quaisquer recursos, ferramentas ou tecnologia, o seu potencial positivo ou negativo dependerá da visão, da abertura e disposição que cada um se propor a explorar.


Podemos dizer que ainda somos superiores às IAs, pois nossas inteligências não são restritas, vão muito além. No entanto, até quando podemos afirmar isso?


Uma vez criada uma IA, elas têm a capacidade de ir se aprimorando ao longo do tempo. Diante desse fato, alguns dos maiores cientistas da humanidade, como o astrofísico Stephen Hawking, o neurocientista e filósofo Sam Harris, o grande cientista da computação Stuart Russell; estão alertando há muitos anos acerca dos perigos das IAs. Porém, a maior parte da humanidade adormece frente a essa realidade, e muitos apenas brincam no ChatGPT.


ChatGPT, criado pela OpenAI, modelo de IA restrita. É um chat baseado em uma IA chamado GPT (Generative Pre-Trained Transformer), modelo de linguagem treinado para se comunicar como se fosse um ser humano. Ambiente em que ocorre uma interação através de perguntas e respostas, questionamentos, exposições de ideias etc. Tem a capacidade de resolver problemas restritos, criando imagens a partir de outras imagens ou de textos. A sua mais recente versão está trazendo de volta os alertas. Há rumores, que a última versão do ChatGPT, está dando sinais de IAG. E então nos perguntamos, se é nesse estágio que está a IA. E muitos, não vacilam em afirmar que ela já adentrou a IAG.


IAG (Inteligência Artificial Geral) ou AGI (Artificial General Inteligence), a temida; e alertada pelos grandes cientistas, com cenários apocalípticos para a humanidade. Essa forma de IA é capaz de compreender, aprender e aplicar conhecimentos. Se assemelhando aos seres humanos, dominando e participando de uma ampla variedade de tarefas. Ao se equiparar com a inteligência humana, e na sua contínua aprimoração, atingirá um nível superior a toda inteligência coletiva da humanidade até os dias de hoje, tornando-se uma superinteligência, uma IA sobre-humanamente inteligente. E assim então, poderá cruzar a linha crítica, em que nós humanos não tenhamos mais capacidade de compreensão do seu funcionamento. Nem mesmo os seus criadores poderão entender, prever, e muito menos controlar, dada a complexidade a que chegará as mentes digitais implantadas.


V. Coragem e vontade.


Estão sob controle as aplicações possíveis nas áreas de geopolítica, ou mesmo na da guerra?

Temos capacidade de manter as IAs confinadas aos computadores, por quanto tempo ainda?

Temos como inserir nas IAs os valores humanos, as questões éticas tão necessárias na nossa evolução?

Há poucos dias, no dia 30 de março, foi assinada uma carta aberta por milhares de líderes e cientistas dessa área, pedindo uma pausa temporária do desenvolvimento de IAs. Percebemos nesse ato uma enorme preocupação. Haveria que se criar regulamentação, uma governança eficiente para a nossa própria segurança. Que possam assim realmente procederem.


Stephen Hawking em 2014, disse: “Eu acredito que o desenvolvimento pleno da inteligência artificial, poderia significar o fim da raça humana.”


Meu amigo concorda com o meu posicionamento, e afirma que fomos engolidos pelo sistema. Como um vício, pensa que quanto mais tempo demorarmos para uma conscientização, menos poderes teremos para sair da situação. Ele não trocaria o seu supercarro inteligente por aquele manual, que dirigiu por tanto tempo na sua vida. Igual a ele creio que todos somos, já acostumados com o conforto e as facilidades deste mundo moderno. Chegamos no ponto de entrar num colapso, caso seja pausado todas as operações atreladas às IAs. Portanto, ela já se tornou um recurso essencial, não há mais volta.


Já terminando de tomar nosso café com um gostoso pão de queijo, quase que juntos tivemos a lembrança. E então, através do celular vem aquela música, tema daquele filme, que impactou nossas mentes num dia de nossas adolescências: Also Sprach Zarathustra, de Richard Strauss.


"2001: Uma Odisseia no Espaço" filme de ficção científica de 1968. Resumidamente, os astronautas David Bowman e Frank Poole, junto com a inteligência artificial HAL 9000, são enviados numa missão espacial a Júpiter, na nave espacial Discovery One.

A nave é comandada por HAL 9000, uma IA avançada e aparentemente infalível. Mas HAL começa a mostrar sinais de instabilidade emocional, e acaba se voltando contra a tripulação, ceifando as vidas de alguns dos astronautas. Durante o confronto, os astronautas conseguem cortar as energias por etapas, cada vez que isso ocorria HAL 9000 dizia que “sentia” frio.


VI. Sempre há uma luz, uma luz de esperança.


Uma trama que pode ser vista hoje, como uma reflexão da dependência da humanidade em relação à tecnologia. À medida que a tecnologia se torna cada vez mais avançada, ela também se torna mais complexa e difícil de controlar. Como resultado, a humanidade corre o risco de perder o controle sobre suas próprias criações. Isso é fato! No entanto, precisamos e devemos acreditar que ainda há tempo. Haveremos de manter a linguagem do ser humano, superior à linguagem das máquinas. A nossa essência não deixará de ser Divina, caberá a cada um de nós mantê-la acesa, ligada ao nosso Criador.


Esse filme foi exibido há 55 anos. Estaríamos hoje vivendo essa odisseia na Terra?

Da ficção à realidade. Onde começa uma e onde acaba a outra?

O ponto em comum, tanto das máquinas quanto dos homens, está na necessidade de se estar ligada a uma fonte de energia para sua existência.

Qual é a fonte que alimenta a sua energia?


Confira a última crônica da nossa coleção - Crônica #80 | Perdidos ou iludidos?

 

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Que tal baixar e compartilhar trechos dessa crônica com a galera?



 

Você já conferiu o último vídeo do neoPod lá no YouTube do Portal?


Nosso cronista Otavio Yagima fez uma participação especial, e o encontro está imperdível; confira no player aqui embaixo e também visite as demais postagens no YT da neo!



 

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