Crítica | Truque de Mestre — O 3º Ato
- Redação neonews

- há 4 dias
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Entre novos rostos, velhos truques e ilusões digitais, o terceiro capítulo da franquia Truque de Mestre tenta reacender o encanto mas tropeça ao confundir espetáculo com emoção

(Foto: Divulgação)
“Olhe bem de perto, porque quanto mais você acha que está vendo, menos você realmente enxerga.” A icônica frase do primeiro Truque de Mestre parece ecoar como um aviso para o novo filme da franquia. Dirigido por Ruben Fleischer, Truque de Mestre — O 3º Ato (2025) chega com a difícil missão de reviver a magia que conquistou o público há uma década, mas também de provar que ainda há espaço para encantamento em um mundo dominado por efeitos digitais. A nova produção entrega brilho, ritmo e truques em escala global, mas parece esquecer o segredo que fez tudo funcionar no início: o mistério humano por trás da ilusão.
Logo no início, o longa se propõe a um desafio ousado: colocar os Cavaleiros em uma guerra secreta contra criminosos e até nazistas. É um salto narrativo ambicioso, e talvez, grande demais. Ainda que a trama traga momentos de pura adrenalina, ela se perde em meio à própria grandiosidade. O roteiro tenta equilibrar ação e humor, mas a mágica, aquela sensação de “uau” que prendia o espectador ao mistério fica um tanto diluída.

(Foto: Divulgação)
A entrada da nova geração, composta por Justice Smith, Dominic Sessa e Ariana Greenblatt, dá um fôlego interessante à história. Eles funcionam bem como “aprendizes de feiticeiro”, equilibrando tecnologia, carisma e irreverência. Suas interações com o elenco original — Jesse Eisenberg, Woody Harrelson e Lizzy Caplan — rendem os momentos mais divertidos do filme. Há um senso de continuidade, quase como se estivéssemos presenciando uma passagem de bastão. Essa relação de mestres e discípulos é o que mantém o coração da franquia pulsando, ainda que o roteiro, em alguns momentos, pareça mais preocupado em brilhar do que em emocionar.
A direção de Fleischer, conhecida por seu estilo energético em Venom e Zumbilândia, mantém o ritmo frenético, mas às vezes confunde velocidade com profundidade. As cenas de ação são bem coreografadas, especialmente as que envolvem perseguições e truques coletivos. No entanto, o excesso de CGI acaba traindo o próprio propósito da franquia: o encanto do “como isso foi feito?” dá lugar à sensação de “ah, computador, claro”.
Rosamund Pike brilha como Veronika, a vilã sofisticada e implacável. Sua presença impõe respeito e eleva o tom da história, mesmo quando o roteiro tropeça. Ao seu redor, a trama tenta discutir temas como poder, corrupção e justiça, mas sem a sutileza necessária para que isso soe genuíno. Ainda assim, há mérito em tentar e Truque de Mestre — O 3º Ato ganha pontos por ousar, mesmo que nem sempre acerte o truque.
Visualmente, o filme é um espetáculo. A fotografia vibrante e a trilha sonora pulsante mantêm o público imerso. Há momentos em que o show é tão bonito que esquecemos dos furos da história e talvez esse seja o maior truque de todos. A edição ágil e o uso criativo de transições dão ritmo à narrativa, e quando o elenco original se reúne, o sentimento de nostalgia fala alto. Ainda assim, falta aquele arrepio que vem quando uma mágica é perfeita.
No fim, Truque de Mestre — O 3º Ato é um espetáculo que entrega o que promete: entretenimento e ilusão. Mas é justamente na ilusão que ele se perde. Entre CGI, exageros e tramas mirabolantes, a franquia parece ter se esquecido que a mágica não está nas mãos, nem nas máquinas, está no olhar de quem acredita.
Opinião pessoal: " Eu me diverti com O 3º Ato, mas senti falta daquele friozinho na barriga que o primeiro filme trouxe. É bonito, é vibrante, mas soa mais como um show de ilusão digital do que um espetáculo de mágica real. Ainda assim, é um truque que vale assistir, especialmente se você, assim como eu, gosta de acreditar que a mágica ainda pode enganar o impossível. "
E você, ainda acredita na mágica?
Ficha Técnica
Nome: Truque de Mestre - 3º Ato
Tipo: Filme
Onde assistir: Cinemas
Categoria: Crime / Thriller
Duração: 1h 52min
Nota 3/5


