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Crítica | Missão: Impossível – O Acerto Final

  • Foto do escritor: Redação neonews
    Redação neonews
  • há 2 dias
  • 3 min de leitura

Em Missão: Impossível – O Acerto Final, Tom Cruise desafia os deuses, a física e o futuro num épico que mistura fé, suor e cinema em estado bruto


Filme - Missão: Impossível - O Acerto Final
Filme - Missão: Impossível - O Acerto Final

(Foto: Divulgação)



Desde que Missão: Impossível deu seu primeiro salto em 1996, a franquia tem se reinventado como poucas. Mas O Acerto Final (2025) não é apenas mais um capítulo: é a tentativa grandiosa de encerrar uma saga com a mesma ousadia com que foi construída — colocando o humano acima da máquina, o suor acima do CGI, e Tom Cruise acima de qualquer limite razoável. O longa, dirigido por Christopher McQuarrie, é tanto um testamento ao poder do cinema quanto uma confissão desesperada de que, talvez, o impossível esteja mesmo ao alcance... se você acreditar o suficiente.


Com uma narrativa que flerta com o messiânico, Ethan Hunt (Cruise) surge mais uma vez como o improvável salvador do mundo. Agora, sua missão é enfrentar a Entidade — uma inteligência artificial quase divina, ou demoníaca, que ameaça aniquilar a humanidade com base em cálculos friamente lógicos. Ao colocar Hunt como o oposto dessa “mente superior”, o filme transforma seu protagonista num símbolo de resistência espiritual, não apenas física. A cruz que carrega é literal e simbólica, e o subtexto bíblico, com termos como “Senhor das Mentiras” e referências ao “Escolhido”, elevam o longa a um patamar quase religioso em sua crença no humano.


A primeira metade do filme sofre com o peso dessa ambição. A construção narrativa, recheada de personagens novos e velhos (alguns com pouquíssimo tempo de tela), se perde entre exposições densas e conexões com o passado que nem sempre funcionam. O roteiro de McQuarrie e Erik Jendresen quer amarrar todos os fios da franquia, mas corre o risco de emaranhá-los ainda mais. Ainda assim, há momentos brilhantes: Grace (Hayley Atwell) se destaca com sua evolução como agente, enquanto Paris (Pom Klementieff) ganha carisma e brutalidade em igual medida. Já Luther (Ving Rhames) e Benji (Simon Pegg) mantêm a alma da equipe, ainda que ofuscados pelo caos da trama.


É quando o filme se livra das amarras explicativas e mergulha de cabeça na ação que ele finalmente decola — literalmente. A sequência no submarino Sevastopol é uma aula de tensão claustrofóbica, seguida por um clímax aéreo que já entra para a história da ação cinematográfica. Envolvendo dois aviões bimotores, Cruise desafia as leis da física e da lógica numa cena que, mesmo sabendo que há cabos, green screen e pós-produção, nos faz acreditar que ele realmente está arriscando tudo. Porque, de certo modo, ele está. E é essa crença no real, no corpo, no impacto físico, que torna Missão: Impossível tão visceral.


A montagem precisa de Eddie Hamilton faz milagres ao dar fluidez à estrutura fragmentada do início, enquanto a direção de McQuarrie demonstra uma coragem rara: a de filmar ação com clareza, ritmo e verdade. As câmeras acompanham cada soco, salto e sacrifício com reverência quase documental, nos lembrando que a adrenalina só funciona quando é sentida. A trilha sonora de Lorne Balfe reforça o peso quase apocalíptico da narrativa, criando uma atmosfera de urgência onde tudo — literalmente tudo — está em jogo.


Sentimentalmente, O Acerto Final é uma despedida agridoce. Não há apenas a ameaça global em jogo, mas a percepção de que estamos vendo o último grande espetáculo físico de um astro em extinção. Tom Cruise já não é só um ator: é um símbolo de resistência à era dos efeitos prontos, dos mundos gerados por prompt, da aventura calculada por IA. Ele acredita no cinema como um ato de fé. E ao fim desta jornada, por mais longa e tortuosa que seja, nós também acreditamos. Porque é impossível assistir a este filme e não sentir que algo de verdade está acontecendo diante dos nossos olhos.


Se esta for mesmo a última missão de Ethan Hunt, ela encerra a franquia com um impacto digno de seu legado. Missão: Impossível – O Acerto Final é imperfeito, inchado e, em certos momentos, excessivo. Mas também é corajoso, espetacular e profundamente humano. E se cinema é a arte de nos fazer acreditar, mesmo que só por algumas horas, em algo maior do que nós, então Tom Cruise — com toda sua fé, suor e insanidade — foi o evangelista certo para essa missão.




Ficha Técnica


Nome: Missão: Impossível - O Acerto Final

Tipo: Filme

Onde assistir: Cinemas

Categoria: Ação/Thriller

Duração: 2 horas 49 min


Nota 4/5



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