news

Crítica | Zootopia 2 – Quando o coração amadurece, o mundo também cresce

Redação neonews
há 3 horas
3 min de leitura

Uma sequência que abraça o passado, Zootopia 2 expande o presente e emociona por lembrar que diferenças não se vencem com discursos, mas com convivência

(Foto: Divulgação)

Zootopia 2 chega quase dez anos após o primeiro filme, mas com a sensibilidade de quem entende que o tempo só fortaleceu o carinho do público por sua história. Mesmo tendo arrecadado mais de um bilhão, a franquia foi muitas vezes eclipsada por gigantes como Frozen, Moana e as marcas Marvel e Star Wars. A verdade é que o primeiro longa não apenas envelheceu bem, como virou um daqueles filmes que você descobre mais camadas cada vez que revisita. A sequência reconhece isso e trabalha, desde o primeiro minuto, para expandir o universo e aprimorar tudo o que funcionou tão bem anteriormente.

(Foto: Divulgação)

Os minutos iniciais retomam o final do primeiro filme, mas deixam claro rapidamente que, dentro da narrativa, só se passaram alguns dias. Judy e Nick, agora parceiros oficiais da polícia local, ganham uma das primeiras missões que realmente testam sua capacidade. O mistério dessa vez envolve políticos, a origem da cidade e até novas espécies de animais, ampliando o mapa que conhecemos. A estrutura segue a investigação clássica, mas os espaços são maiores, mais variados e muito mais instigantes.

Tecnicamente, Zootopia 2 surpreende em cada detalhe. A evolução das texturas, luzes, movimentos e expressões é impressionante, com destaque para a cena em que a dupla aparece molhada, quase fotorealista. A quantidade de personagens simultâneos em tela nunca pesa e a velocidade das cenas de ação transforma cada perseguição em algo vibrante e quase coreografado. Dessa vez, o filme deixa um pouco de lado a investigação mais falada e aposta em ação, deslocamentos constantes e uma espécie de “volta ao mundo” dentro de Zootopia, o que torna a experiência mais dinâmica que a do original.

(Foto: Divulgação)

Mas mesmo com o salto tecnológico, é nos personagens que o filme encontra sua força. Nick e Judy continuam tão carismáticos quanto antes, agora acompanhados por coadjuvantes hilários que aparecem nos momentos certos. A relação entre os dois ganha mais camadas, passando por dilemas que testam a amizade sem nunca perder o humor ou a doçura. É bonito ver como a produção respeita o afeto construído no primeiro filme, elevando-o sem transformá-lo em um romance forçado.

A narrativa também mantém o charme da crítica social. Predadores e presas, répteis e mamíferos, criaturas gigantes e minúsculas convivem em um mundo onde as diferenças estruturam conflitos, mas também criam oportunidades de trocas reais. O roteiro aborda essas questões sem peso moral, sem discursos didáticos, sem tentar impor lições de forma direta. O aprendizado vem das ações, das conversas e da forma como Judy e Nick atravessam situações que dialogam com o mundo real, mas sem perder o brilho infantil da aventura.

Zootopia 2 é uma animação que honra a tradição da Disney de falar com todas as idades ao mesmo tempo. Tem piadas que só adultos entendem, momentos emocionantes para crianças e referências para quem gosta de cinema e cultura pop. É divertido, acessível e cheio de detalhes inteligentes, daqueles que fazem você querer voltar ao filme assim que termina. Há algo muito especial no jeito como ele une fofura, adrenalina e reflexão em uma mesma trama.

No fim, esta sequência entrega o que todo fã espera: expansão, emoção, humor e um mundo vivo que parece crescer junto com o público. Não supera o original em impacto cultural, mas se mostra mais maduro, mais amplo e mais confiante. É um daqueles raros casos em que a continuação entende exatamente onde pisar para não decepcionar. Zootopia 2 é um abraço nostálgico que também aponta para novos caminhos, lembrando que viver entre diferentes é difícil, mas sempre vale a pena.

Opinião pessoal: "Sinceramente, BO7 me deixou dividida. O multiplayer ainda é divertido, viciante e cheio de boas ideias, mas a campanha… nossa, ficou difícil de defender. As loucuras narrativas tiram você da imersão, e o excesso de movimentos acrobáticos nem sempre parece CoD. Ainda dá para aproveitar, claro, mas para mim, a franquia precisa parar, respirar e se reencontrar urgentemente."

E você, já assistiu Zootopia 2? Acha que a sequência fez jus à espera de quase uma década?