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  • Foto do escritorOtavio Yagima

Crônica #71 | O Impacto da culpa

Atualizado: 23 de nov. de 2023

Rompendo os limites da culpa



Uma família muito simpática era um dos vizinhos da casa dos meus pais.

Formavam uma alegre e movimentada família com seus cinco filhos, na época ainda crianças. Os pais eram extremamente religiosos e frequentavam, todos os domingos de manhã, uma igreja cristã. Eu admirava as roupas que usavam. O pai de terno, a mãe sempre de vestido e os filhos sempre arrumadinhos para frequentarem a igreja. Sr. Sebastião, chefe de família, era o motorista de um pequeno caminhão de coletas de lixo, agregado à prefeitura da cidade.


A sua casa era simples. Como o terreno era caído para os fundos, Sebastião construiu um tipo de porão, com o sonho de que um dia iria construir o pavimento térreo sobre ele. Em seis meses a primeira etapa estava pronta, lembro que até sua esposa acompanhava a obra, da maneira que podia. Quando chegou na concretagem da laje, um batalhão de amigos se juntou para tal operação.

Fizeram um corredor lateral com uma comprida rampa, que ia dos fundos até a calçada. Para garantir a segurança da sua casa, Sebastiao resolveu construir um muro com um grande portão, para estacionar também o seu caminhão. E assim o recolhia toda noite, sempre já com o caminhão vazio. Porém, o cheiro impregnado na carroceria era um tanto desagradável, principalmente em noites quentes.


Lembro-me até hoje do dia em que aconteceu a tragédia.

Todos da sua família já tinham ido de carona para a igreja, exceto Sebastiao e sua filhinha caçula, de 5 a 6 anos de idade. Tomou sua filha no colo e a colocou sentadinha numa mureta junto ao muro do portão, enquanto ele manobrava o caminhão para sair. Num determinado momento o portão se fechou, talvez pela ação do vento, e acabou esbarrando na carroceria. Num consequente contragolpe, o portão desaba levando consigo parte do muro, e a mureta em que estava sentada a sua filhinha. O impacto do portão sobre a menina foi muito forte. Ela foi socorrida pelo vizinho e levada ao hospital, porém não resistiu e foi a óbito.


Por muito tempo Sebastiao se martirizou com o sentimento de culpa, e todos os seus fantasmas.

Sempre com lágrimas nos olhos, falava da sua caçulinha e jamais se perdoou. Perdeu a paz, isolou-se da sociedade, deixou de frequentar a igreja, se lamentando que Deus tirou cedo parte da sua vida.


As causas psicológicas da culpa têm origem no passado, associado com o arrependimento por ter cometido algum ato, ou mesmo então, por ter deixado de cometer. A culpa tem várias origens, e vai se infiltrando através de nossas crenças, dogmas, e muito se origina na fase da infância, como fruto da educação recebida.


A fase da infância é de muita importância na construção da consciência da criança, definindo seus trajetos existenciais. A culpa serve como um método muito eficiente para a manipulação das crianças pelos adultos, porém gerador de abundantes problemas futuros. As muitas condutas não corretas dos adultos nessa fase, grava na criança inúmeros conflitos, perturbando o caráter moral e os referenciais do que é certo e do que é errado, originando assim variadas e diversas culpas.


A culpa não é um comportamento natural, ela é uma reação emocional aprendida. Crescendo nesse contexto e se tornando um adulto vulnerável, a culpa pode perdurar por toda sua vida. As memórias traumáticas que não forem devidamente elaboradas, aparecem de forma inconsciente, determinando ações e gerando processos, que só conseguirão ser acessadas e trabalhadas em sessões terapêuticas. A culpa se enquadra nessas memórias. Nossa mente é muito complexa e nos engana de forma, absolutamente, surpreendente. Mais uma vez aqui, a necessidade de se buscar o autoconhecimento.


Existe um tipo de culpa que podemos chamar de saudável ou terapêutica, porém não é bem uma culpa, é mais um tipo de sentido de responsabilidade, onde avaliamos nossos comportamentos segundo um padrão de ética e equilíbrio. Ela nos faz estar de acordo com as regras, existentes e importantes, para uma vida social saudável. Esse tipo de culpa nos motiva, move em direção a reconhecer e a aprender com os erros, a corrigi-los e seguir em frente com a vida. Existe assim a oportunidade de se rever, de repensar e de se melhorar, servindo de alerta para que o erro cometido não volte a se repetir.


Aprender com os erros faz parte do nosso desenvolvimento, e está presente na vida de todos nós, indistintamente.


O sentimento de culpa, propriamente dito, é aquele patológico, aquele que nos paralisa, onde se fica remoendo e revivendo o erro. A pessoa não se perdoa e não esquece o que fez, a culpa traz consigo muitos transtornos, que entram em comunhão com as sombras da mente, com os detritos emocionais. A estagnação existencial se instala bloqueando o caminhar, o crescer, o prosperar; o medo e a insegurança surgem martirizando a mente culpada. Há quem afirme que é um dos piores sentimentos que se pode ter. A culpa exacerbada gera na pessoa a vontade de autodestruição, faz com que a pessoa queira ser castigada.


A sua culpa está te provocando o que, movimento ou paralisia?



Quer saber mais do podcast das Crônicas?Veja aqui onde encontrar todos os episódios da 1º temporada



No Cristianismo, o sentimento de culpa é visto como o pecado original, a culpa original. Nesse sentimento está inserida a sensação da nossa separação com a Consciência Divina. Importante meditar esse conteúdo que carregamos, sem termos real reconhecimento da sua importância ou do seu papel.


Sebastião perdeu a vontade e o entusiasmo que tinha de dirigir o caminhão. Aquele veículo passou a ser uma arma assassina, segundo suas palavras. Afastou-se do serviço, entrou numa depressão profunda. Tentou retornar ao trabalho, mas não conseguiu sequer, entrar na cabine do caminhão. Acabou por entregá-lo à empresa. O local que antes estava sempre com aquele cheiro, mesmo que desagradável, deixou um vazio muito grande. Ele e sua esposa fizeram um belo jardim no lugar onde guardava o caminhão, e ali sempre estava florido. Depois do acontecimento, eram raros os momentos que se podia vê-lo sentado sob a árvore na frente de sua casa, como costumeiramente fazia. Antes, ali se juntava com os amigos para jogarem dominó, nas horas de folga.


Não é nada simples aplicar a palavra culpa nesse caso. Marcada por um evento, que mesmo sendo considerado uma fatalidade, o sentimento dele era o resultado da raiva que sentia contra si. Numa ordem expressada com rigor a ele mesmo, num conflito de consciência enlouquecedor de que havia feito algo erradamente; entrou num ciclo interminável de angústias e em busca de autopunição. Foi construindo dentro de si uma verdadeira fortaleza, bloqueando todas as entradas, de possíveis supostas respostas para se encontrar um fator libertador da culpa; tornando-a totalmente intransferível a qualquer fato que fosse, e a assumindo inteiramente para si, de forma que foi se consumindo e se corroendo. Insônia, pesadelos constantes, perdeu seus sonhos e sua vida foi morrendo.


Esse tipo de acontecimento, surge dentro dos fenômenos de nossas vidas humanas. Mesmo nunca imaginado, e jamais desejado pelo pai que acontecesse, aconteceu. Fatos semelhantes ocorrem com muitas outras pessoas.

A raiva que a pessoa sente de si mesmo, por ter feito algo de forma errada; por não ter conseguido evitar naquele momento a atitude que levou ao erro, vai através do remorso gerando manifestações, trazendo a identificação desses erros, arquivando então o conflito em forma de culpa.

Na ânsia de se libertar da angústia provocada pela culpa, a pessoa procura como um mecanismo libertador, a autopunição. A culpa é atormentadora, perigosa e persistente.


Essa sombra escura de seu passado, pelo mal que ele julgou ter praticado à sua filhinha, se manteve preso ao sentimento de culpa que não foi liberado. Tristes e lamentáveis consequências se instalam na pessoa. O culpado se sente desmotivado e infeliz, angustiado e com o tormento do medo se fazendo presente, é praticamente jogado para a depressão. Num processo depressivo a culpa pode se avolumar, entrando num mecanismo que se retroalimenta, e mais perigoso se torna. Pode acompanhar também a baixa autoestima, ansiedade, inquietação, raiva, irritabilidade, ressentimento, ódio, de forma contínua e constante.


Os sentimentos giram de forma torturante, profunda e envolvente. Todos os acontecimentos negativos da sua vida, são entendidos e absorvidos como punição necessária, tentando de forma inconsciente se reparar do erro cometido. É o mecanismo de autopunição que encontra no sentimento de culpa, uma maneira de esparramar os conflitos, desencadeando muitas punições camufladas, passando muitas vezes até despercebidas. À medida que a culpa vai se interiorizando, ela se apodera tornando-se dominadora, castradora, punitiva e perversa. As perturbações emocionais se agravam, levando a processos e comportamentos doentios, abrindo as portas para as profundezas, onde estão os sombrios abismos da personalidade. O pessimismo cada vez mais constante na vida da pessoa é nutrido por ideias e pensamentos que atormentam, gerando conflitos e mais conflitos.


Na ânsia de se punir, a pessoa que se sente culpada, reclama um castigo para si. Ela, de forma inconsciente, vai encontrar uma maneira de se castigar. E essa autopunição poderá vir de várias formas, seja como uma doença psicossomática, seja através de um acidente, seja até mesmo através de um ladrão, roubando em matéria ou em dignidade, o que ela acreditava que tinha como dívida. As comunicações invisíveis travadas entre os inconscientes das pessoas, tem poder inimaginável, tanto para o bem quanto para o mal.


A culpa exacerbada pede atenção e tratamento, sendo necessária a ajuda dos profissionais que cuidam da mente humana. Identificar quais são os pensamentos disfuncionais que mantém a culpa, ou as crenças, ou os comportamentos sabotadores projetados por ela. Entender como nós humanos funcionamos é de real importância. Sozinho é muito difícil conseguir organizar, entender e identificar os sentimentos e seus respectivos significados.


Contudo, seguindo agora um raciocínio um pouco mais amplo, tomando o evento como um todo e não como uma parte da vida; diria que complementaria com a busca de um conhecimento maior, na esfera da espiritualidade. Onde sabemos que para tudo há uma explicação, nada acontece por motivo nenhum, e jamais podemos dizer que foi o acaso, que foi azar. Conhecimento das coisas da vida nos dirá quem somos, de onde viemos, para onde vamos e o que estamos fazendo nesta Terra; enfim, o porquê dessa nossa vida aqui, nesse momento, dessa exata forma como cada um de nós está vivendo. E, logicamente, cada qual com a sua peculiar realidade.


Somos imperfeitos e cometemos erros de diversas formas, de diversas intensidades e de diferentes graus de gravidade. Muitas vezes, constitui no cenário que nos comprometemos encenar ou fazer parte. Então, independente do que aconteceu, não devemos nos desanimar na luta, por mais difícil que tenha sido. O nosso compromisso com a nossa própria vida, e com o desenvolvimento de nossa evolução espiritual, deverá seguir firme.


Uma bela saída, e não é uma escapatória da responsabilidade, é elevar o entendimento do perdão. Perdão direcionado a si mesmo, ou a outrem, conversando profundamente em oração.


Paz e culpa são antagônicas, portanto, não andarão de mãos dadas, não conseguirão conviver juntas. Uma vai eliminar a outra. É bom que saibamos disso, de forma consciente. O exercício e a prática da compreensão das nossas falhas, ajudará na libertação da dolorosa carga.


A capacidade de perdoar, assim como a coragem de pedir perdão. Sim é um processo nada simples, muito difícil, mas não impossível; rever os próprios conceitos será necessário. Olhar para o passado e decidir perdoar, decidir fazer as pazes com aquela situação, não importa como tenha sido. Uma vez compreendida a situação e aceito o auto perdão, uma nova rota se cria na vida. Marcante é, marcante será. Uma hora é preciso levantar a cabeça e dizer para si mesmo, que se eu existo, se aqui estou, ou que se aqui fiquei, é porque alguma coisa ainda há a cumprir.


A culpa existe, é evidente, por algo que foi feito e julgado como errado, e acompanhado da angústia de que poderia ter sido feito diferente. Ambos os conflitos acabam imobilizando o momento presente, mantendo a pessoa presa em agonia e desespero.


Fica aqui a pergunta:

A sua culpa, seja em que dose for, é capaz de mudar o que aconteceu? É capaz de mudar a história?

A verdade é que, não há culpa que seja capaz de desfazer o que aconteceu. O que aconteceu já foi, por mais dolorosa que tenha sido, já está no passado, não há como mudar isso.



Leia a Crônica anterior a esta, caso ainda não tenha visto: Crônica #70 | A idosa e a tartaruga


Apesar de não se conseguir mudar o que já aconteceu, pode muitas vezes ocorrer de ainda existir uma possibilidade de reparação do erro cometido. Se tiver essa chance, comprometa-se com ela. Conscientize-se que errou, arrependa-se, vista-se com a verdade, e encontre a oportunidade para a recomposição do dano causado. Aprende-se muito com essa ação, com certeza haverá crescimento. E o compromisso consigo mesmo de mudar suas condutas e valores, deverá ser sempre mantida. Será um aprendizado incorporado.


Existirão, porém, aquelas situações dos erros não passíveis de reparação, onde a pessoa já está muito distante, onde houve óbitos, ou inseridos em contextos absolutamente fora do alcance, irreversíveis.

A verdade é que, quase nada podemos fazer, diante dos planos em que se fez presente o Regente da vida e da morte.


Nesses casos, o seu martírio será eterno?

O seu presente, o seu momento atual, vai continuar morto e paralisado por um fato que não tem mais volta? A sua busca pela morte enquanto vivo, não vai ajudar o ente querido voltar, e muito menos fazer o seu sentimento de culpa ir embora.


O que você está se auto sugerindo, ou o que você está evitando fazer no presente, por causa da culpa?

Está se sabotando, boicotando, condenando a nunca mais ter o direito de ser feliz, de rir e de sorrir? Com culpa ou sem culpa, o tempo não espera. Lá na frente a cobrança estará à espera, e poderá ser grande e muito alta.


Aceitação: efetivamente necessária nesses casos irreversíveis, em que não há realmente o que fazer.

A situação traumática não deve ser negada, e sim sentida e devidamente entendida. Sendo depois então, conduzida para que se possa ter condições, de buscar as mudanças necessárias. A aceitação não é algo mágico que se possa ter, algo que acontece logo após ter decidido e optado por ela. Necessitará de paciência e compreensão. Exercício ativo, vontade e consciência.


Uma atitude que poderia selar a aceitação do fato, seria prestar um tributo, uma homenagem à pessoa objeto de sua culpa, através de uma cerimônia conduzida pelo âmago do seu coração. Ou mesmo através de uma carta, escrevendo em detalhes tudo o que sentir necessidade, e concluindo com a queima da carta e consumação da culpa. Colocar nesse ato todo sentimento, do profundo do seu ser, e então, depois disso seguir adiante com a sua vida. Fazendo valer a pena sua sobrevivência, e honrando o seu ente perdido, viva, e viva de maneira completa. Deixando de vez o passado no passado, sem mais remorsos, sem mais o peso da culpa. Não é tão simples, mas pode ser uma saída efetiva para a nossa alma entender, e assim acolher como melhor caminho.


Evidentemente que não estamos falando aqui, dos atos e sentimentos relacionados à uma ação destrutiva de um assassino, ou um estuprador, por exemplo. Transgredir lei é outra coisa.

Pelo desnível de consciência muito grande que existe entre os seres humanos, as leis são necessárias. Há que se garantir dessa forma, pelo menos um mínimo para uma convivência harmonizada.


Cada um escolhe o que fazer, de acordo com o seu grau de consciência do momento.

O erro cometido ontem foi dentro do nível de consciência de ontem.

Precisamos crer que sempre estamos fazendo o melhor que podemos, ou ter feito o melhor que podíamos, portanto, se entendo como errado o que foi feito ontem, está havendo uma expansão da consciência. Hoje já não faria mais o que fiz no passado, e assim segue o nosso percurso, nesse longo caminho de evolução. Cada um com seu nível de consciência, cada um com seu nível de percepção, de dificuldades, habilidades ou facilidades. O que podemos fazer é nos ajudar, sempre.


O discernimento, que avalia as nossas ações, nos proporciona saúde mental e comportamental, diminuindo as chances de errar.

E quando do caminho de busca de uma reparação, pode nos auxiliar contrabalançando com uma compensação o erro cometido e cheio de culpas, através de outras ações ou de outras pessoas.



Se o objeto de sua culpa foi uma criança, por que não se engajar como um voluntário, em programas sociais de ajuda voltadas a elas? Ou de idosos, ou de animais, ou de doentes, ou de deficientes? São tantas as ações que podem ser desenvolvidas, são tantas as formas de amor que podem ser dedicadas, que só de pensar enche de alegria o coração. Redimindo-se através de uma dedicação verdadeira, como se fosse para a pessoa de sua culpa. Com a prática do amor envolvido, a nossa saúde emocional vai se restabelecendo e curando. Os sentimentos de solidariedade, de compaixão e caridade que nascem naturalmente em face dessas ações, criarão mecanismos de liberação da culpa, e aos poucos ela irá se diluindo. A alma vai se acalmando e o coração batendo mais serenamente.


O dia estava nublado e garoando. Sebastião mudou-se com a família. Levou na sua kombi 68 toda mudança possível, e cobriu com uma lona muitas coisas no bagageiro. As crianças no banco do meio estavam sorridentes, o garoto meu amigo, e a filha mais velha com um semblante mais triste. Estavam todos partindo para uma nova fase, deixando no passado tudo o que ali viveram, agora sem a caçula da família. Sua esposa entregou uma chave de cadeado para nossa família, e pediu para cuidarmos das flores, que ali também ficaram.


Depois de anos, o Sr. Sebastião veio nos visitar em pleno mês de dezembro, próximo do Natal. Já com os cabelos grisalhos, estava sereno. Muito conversamos. Ele confessou que passou ainda muito tempo cobrando dele mesmo, e principalmente de Deus, a partida trágica da sua caçula. Mas que por fim, depois de muito sofrer, conseguiu despertar e compreender melhor a vida, seus propósitos e seus desígnios. Na oração, antes da refeição, ele cita o nome da filha falecida, agradece pela vida, pelos seus filhos, e pela alegria de já ter junto deles uma netinha, e termina agradecendo por aquele momento.


Gratidão! Independentemente de qualquer coisa, é necessário que ela seja trabalhada.

Agradecer tudo o que aconteceu na vida, seja lá o que for, bom ou ruim.

Afinal tudo veio com um propósito, trouxe conhecimento, aprendizado e crescimento. Podemos não entender muito bem o verdadeiro propósito nesse momento atual, mas lá na frente, com certeza teremos com clareza, todas as repostas.


Agora não mais numa kombi 68 e sim num veículo mais moderno, Sr. Sebastião parte com o coração mais leve para outro destino, num outro compromisso que decidiu assumir: a evangelização de crianças do seu bairro. Lindo e belo propósito ele decidiu abraçar.

O amor e o carinho por sua filha, por anos represado e acumulado em seu coração, finalmente podendo se liberar através do altruísmo e da bondade. O vazio e a falta de significado de vida, que por longo tempo fez parte de seus dias, agora se restaurando, aos poucos trazendo a superação de sua dor e sua culpa.

O amor fraternal em resgate do sentido de existência, onde o acolher e ser acolhido caminham juntos.

Onde ambas as partes se contemplam em benefícios e amparos, cuja caridade se traduz em alegria e o amor aprende a se transbordar.


 

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