O canto das pedras | O enigma musical de Ringing Rocks Park ainda intriga cientistas
- Redação neonews
- há 12 minutos
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Na Pensilvânia, um campo de rochas vulcânicas desafia a lógica e encanta visitantes com sons metálicos que ninguém consegue explicar completamente

(Foto: Divulgação)
No interior verdejante da Pensilvânia, um fenômeno natural desperta fascínio, curiosidade e até certo encantamento. No Ringing Rocks Park, localizado no condado de Bucks, pedras aparentemente comuns escondem uma habilidade incomum: elas cantam. Quando golpeadas, essas rochas emitem sons metálicos e ressonantes, semelhantes aos de sinos ou notas de percussão. Por isso, ganharam apelidos como “rochas sonoras” ou “lito fônicas”, e tornaram o parque de oito acres um dos destinos mais curiosos e enigmáticos dos Estados Unidos.
O mistério é reforçado pela falta de uma explicação definitiva. “Essas pedras únicas... parecem guardar mais perguntas do que respostas.” Apesar de diversas teorias geológicas tentarem decifrar a sonoridade do local, nenhuma conseguiu unanimidade científica — e talvez esse seja um dos ingredientes que tornam Ringing Rocks tão magnético para visitantes e estudiosos.
As rochas do parque são compostas por diabase, uma rocha de origem vulcânica formada há milhões de anos a partir do resfriamento da lava. Esse material passou por um processo conhecido como “juntamento colunar”, que cria fissuras regulares em sua estrutura. “A estrutura interna das pedras, combinada com suas rachaduras, pode ser o segredo de sua musicalidade”, explica Ronald Sloto, curador de minerais da West Chester University.
Ainda assim, outras hipóteses entram em cena. Há quem defenda que o som resulta não apenas da composição mineral, mas da forma como as pedras estão dispostas no solo — os espaços entre elas poderiam funcionar como ressonadores naturais, amplificando as frequências ao serem percutidas. Outros ainda sugerem que tensões internas provocadas por mudanças climáticas ao longo do tempo podem alterar as propriedades acústicas do material.
Nos anos 1970, os geólogos John Gibbons e Steven Schlossman realizaram um dos primeiros estudos sobre o fenômeno. Eles afirmaram que a exposição desigual ao sol e à sombra teria modificado lentamente os minerais das rochas, criando uma camada de tensão que reforçaria a capacidade de ressonância. “Eles sugeriram que a exposição ao sol e à sombra causou alterações nos minerais das pedras, criando uma camada que adiciona tensão ao núcleo das rochas, aumentando sua frequência de ressonância.”
Mas nem todos os especialistas concordam. Críticos apontam que essa teoria não explicaria por que outros locais com rochas sonoras não apresentam os mesmos padrões climáticos. A hipótese, embora plausível, ainda carece de testes experimentais aprofundados, e nenhuma análise científica conseguiu bater o martelo sobre a verdadeira origem do fenômeno.

(Foto: Divulgação)
O que permanece, no entanto, é a experiência quase mágica de estar em Ringing Rocks. Com um martelo na mão e os ouvidos atentos, muitos visitantes passam horas explorando os sons misteriosos do parque, como se estivessem em um gigantesco instrumento natural. “Mesmo assim, as rochas de Ringing Rocks Park continuam sendo um mistério intrigante.”
Até que a ciência descubra o que realmente faz essas pedras cantarem, o parque segue como um lembrete fascinante de que nem tudo na natureza precisa de resposta para ser admirado. Às vezes, o mistério é parte da melodia.