Neutrinos Invisíveis e Buracos Negros | o Enigma Vindo da Galáxia NGC 1068
- Redação neonews
- há 3 dias
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Uma descoberta de neutrinos invisíveis inesperada feita sob o gelo da Antártida abre novas janelas para o estudo do cosmos sem raio gama, mas com muito mistério

(Foto: Divulgação)
O universo acaba de revelar mais um de seus segredos e desta vez, ele veio escondido dentro de partículas quase impossíveis de detectar. O observatório IceCube, instalado sob o gelo na Antártida, detectou um sinal estranho vindo da galáxia NGC 1068. "Esse sinal é composto por neutrinos, partículas quase impossíveis de detectar. Mas surpresa: nenhum raio gama foi visto com eles, o que surpreende os cientistas.
A origem desse fenômeno está ligada a um dos elementos mais misteriosos do cosmos: os buracos negros. Uma nova hipótese pode ajudar a decifrar o quebra-cabeça. "Uma nova ideia poderia explicar esse mistério: átomos de hélio nos jatos ao redor do buraco negro dessa galáxia seriam quebrados pela luz ultravioleta. Isso libera nêutrons, que depois se transformam em neutrinos sem produzir muitos raios gama.
Essa descoberta, publicada na Physical Review Letters, amplia nossa compreensão sobre o comportamento extremo nas regiões próximas aos buracos negros gigantes.
Para começar, eles são quase fantasmas do universo: Os neutrinos são partículas muito particulares: elas atravessam tudo, até mesmo a Terra, sem deixar rastros." Isso os torna excelentes mensageiros cósmicos, capazes de carregar informações de regiões que seriam inacessíveis por outros meios. Mas para detectá-los, são necessários recursos altamente sofisticados.
Essa descoberta pode representar uma verdadeira revolução na forma como enxergamos o espaço. O estudo, publicado na Physical Review Letters, poderia mudar nossa maneira de ver o Universo.Os neutrinos viajam sem serem parados por obstáculos e chegam até nós diretamente de lugares muito distantes ou muito violentos, como explosões de estrelas ou os arredores de buracos negros.
Eles ajudam a completar a visão que temos com telescópios tradicionais. Os neutrinos vindos da galáxia NGC 1068 mostram que podemos descobrir novos fenômenos astrofísicos com essas partículas. Eles complementam o que já vemos com os telescópios e radiotelescópios que captam a luz, os raios X ou as ondas de rádio.

(Foto: Divulgação)
Buracos negros supermassivos, localizados no centro das galáxias, não apenas absorvem matéria eles também liberam parte dela em jatos colossais que se estendem por anos-luz. No centro de algumas galáxias, os buracos negros gigantes atraem matéria ao seu redor, que forma um disco. Às vezes, uma parte dessa matéria não cai sob o horizonte do buraco negro, mas é expelida com velocidade relativística, formando um longo jato visível muito longe no cosmos.
Nesses ambientes extremos, partículas atingem velocidades próximas à da luz. Esses jatos são lugares onde reinam condições extremas: as partículas são aceleradas a velocidades próximas à da luz. Os cientistas ainda não entendem tudo, mas acreditam que campos magnéticos muito poderosos desempenham um papel.
E é justamente nesses jatos que os neutrinos e a ausência dos raios gama oferecem pistas valiosas. Os neutrinos e os raios gama que vêm desses jatos fornecem pistas úteis. Graças a eles, os pesquisadores testam suas teorias para entender melhor como os buracos negros afetam sua galáxia.
O impacto dessa pesquisa pode ir muito além de NGC 1068. A longo prazo, isso poderia ajudar a explicar como as galáxias evoluem, pois seu buraco negro central parece desempenhar um papel importante em seu desenvolvimento.
Com essa descoberta, a ciência dá mais um passo rumo à compreensão dos mecanismos que moldam o cosmos e confirma que, às vezes, as mensagens mais importantes vêm em pacotes quase invisíveis.