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Mistério | A nuvem que matou milhares de pessoas e animais em Camarões

O caso que até hoje não tem um fechamento é sobre uma nuvem que invadiu Camarões em 1986.


Steven Spielberg agradece prêmio de melhor diretor por 'Os Fabelmans' no Globo de Ouro 2023

(Foto: Divulgação)


Contextualização


No dia 21 de agosto de 1986, moradores de vilarejos do noroeste de Camarões acordaram e se depararam com amigos, vizinhos e animais mortos e espalhados pelas cidades.


"Por volta das onze da noite acordei, mas não conseguia me levantar. Estava confuso, não entendia o que estava acontecendo", conta o sobrevivente de uma tragédia que até hoje causa grande espanto.


"Na manhã seguinte vi várias pessoas caídas na rua. Muitas delas, mortas", relatou a testemunha. "No nosso povoado perdemos umas 75 pessoas."


No entanto, o número total de pessoas que morreram foi bem maior que 75 pessoas. 1.746 pessoas, 3,5 mil gados, além de diversos outros animais, morreram após inalar o ar de uma nuvem gigante de gases tóxicos que veio de um lago situado na caldeira de um vulcão. Todas as vítimas que foram atingidas moravam próximas ao lago Nyos, que fica próximo à fronteira de Camarões com a Nigéria.


O desastre foi tão grande para o país, que o presidente de Camarões pediu ajuda internacional.




 

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Investigações


Durante semanas foram realizadas diversas investigações científicas por profissionais do mundo inteiro para descobrir a razão de tantas mortes. O principal cientista foi Peter Baxter, um médico britânico que chegou à região de Nyos cerca de duas semanas após o ocorrido.


"Ainda havia corpos de pessoas e bichos espalhados pelas colinas", contou Baxter ao programa Witness History, da BBC. "Quando chegamos no povoado de Nyos, que tinha pequenas casas de barro, o silêncio era total, não havia sinais de vida."


"E quando nos aproximamos do lago Nyos, ao qual se chegava subindo uma pequena colina, vimos que as águas estavam calmas, e que havia plantas e peixes mortos boiando na superfície e nas margens."


"A única vida que víamos eram as rãs, que são muito resistentes", afirma o médico.


As evidências físicas indicavam que a região teria sido atingida por uma onda de cerca de 40 metros de altura em consequência de uma alteração no fundo do lago, apesar de não saberem o que poderia ter ocasionado tal alteração - e a quantidade de mortes.


Uma das hipóteses consideradas pelos cientistas era de que as mortes teriam sido ocasionadas por gases vulcânicos que foram liberados por uma erupção, mas não havia rastros para isso.


"Não houve relatos de uma grande explosão causada por uma erupção", disse Baxter à BBC. "Nem os sinais da devastação que um evento desse tipo teria provocado." "Estávamos diante de uma situação em que muitas pessoas tinham morrido, mas havia poucos danos ao terreno e às construções nas quais elas moravam", acrescenta.


O que ajudou os pesquisadores a encontrarem a causa da morte foi um relato de um dos moradores que sobreviveu a tragédia: Eu quase morri, mas aí decidi beber azeite. Logo depois vomitei algo negro, que fedia a algo como ovo ou pólvora.

Foi com essa descrição de odores que os cientistas chegaram a uma conclusão: milhares de toneladas de dióxido de carbono foram liberadas do fundo do lago e desceram pela encosta do vulcão até o vale.


"O gás, em concentração de 5% a 10%, age como um alucinógeno. Um dos relatos mais comuns dos pilotos era de que sentiam cheiro de ovo podre ou pólvora e que sentiam o corpo muito quente", diz o professor da Universidade de Michigan, acrescentando que os relatos coincidiam com testemunhos de moradores dos vilarejos ao redor do lago.


O efeito causado foi o mesmo de quando agitamos uma garrafa de champanhe e depois tiramos a rolha. Ao longo dos anos, foi formado um depósito de dióxido de carbono no fundo do lago e como esse lago é muito fundo, as camadas de cima não se misturam com as de baixo, então o gás estava preso, assim como na garrafa de champanhe.



 

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Mistério


A causa das mortes já foi achada, mas como se explicam os sobreviventes? O vilarejo inteiro foi atingido pelo gás, mas do mesmo jeito houve sobreviventes, inclusive crianças. Surgiu uma hipótese de que o gás tivesse envolvido as casas durante a noite, por isso que quem estava fora morreu, mas as crianças que já estavam dormindo sobreviveram, além disso também se considera que as crianças podem ter ficado inconscientes mais rápido, então inalando menos gás que os demais.


"Alguns dos sobreviventes acordaram com pessoas mortas ao seu redor", diz Baxter. "Sobreviver ou morrer devido à exposição ao gás foi caso de sorte ou azar." "O gás te deixa inconsciente rapidamente, e os que sobreviveram sentiram que ficaram inconscientes por muito tempo, mais de 10 horas, até voltarem a si, literalmente até que o gás tivesse se dissipado, quando o dia surgiu e o sol começou a aquecer a terra. Mas é uma situação muito incomum, uma história realmente extraordinária", afirma Baxter.


Apesar de todas as suposições - alguns moradores acharam até que países estrangeiros tinham soltado bombas secretas- não se sabe ao certo o que provocou a liberação do gás em Camarões no ano de 1986. Até agora a hipótese que mais se aceita é que houve um deslizamento da terra do fundo do lago.


Nyos segue sendo um lago com ameaça potencial aos moradores das cidades próximas, mas para evitar tragédias do tipo, foi instalado um sistema de tubos que permitem que o gás carbônico, caso liberado, seja desviado com segurança.


 

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