Impressão Invisível | Nova Técnica Permite Criar Objetos Dentro do Corpo com Som
- Redação neonews
- há 14 minutos
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Impressão Invisível que combina ultrassom e biotinta para imprimir tratamentos diretamente nos tecidos internos

(Foto: Divulgação)
A impressão 3D tem se mostrado uma revolução silenciosa e constante. Já presente em diversos setores, da construção civil à medicina, ela continua se reinventando e a novidade agora é surpreendente até para os mais futuristas: cientistas conseguiram imprimir materiais diretamente dentro do corpo humano, usando apenas som.
Pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia desenvolveram uma técnica que utiliza ultrassom para imprimir polímeros em áreas profundas de tecidos vivos. A inovação, batizada de DISP sigla em inglês para impressão sônica in vivo em tecidos profundos já foi testada com sucesso na criação de cápsulas para liberação de medicamentos e materiais adesivos para selar ferimentos internos.
Testes anteriores haviam usado luz infravermelha, mas a penetração limitada nos tecidos dificultava aplicações mais profundas. Agora, o som assume o protagonismo.

(Foto: Divulgação)
O método combina ultrassom com lipossomas estruturas esféricas compostas por camadas de gordura, muito utilizadas para transportar medicamentos. Os cientistas inseriram esses lipossomas em uma biotinta contendo monômeros (blocos básicos do polímero), um agente de contraste para visualização da reação e a carga útil, como fármacos.
A ativação ocorre quando o ultrassom aquece uma área-alvo em cerca de 5 °C, provocando a liberação do conteúdo dos lipossomas. Isso desencadeia a reação de reticulação, ou seja, a formação do polímero exatamente naquele ponto.
Além da entrega de medicamentos, a tecnologia permite o monitoramento preciso do processo. Usando vesículas gasosas derivadas de bactérias como agente de contraste, a equipe conseguiu rastrear a polimerização com imagens de ultrassom em tempo real, garantindo controle total sobre onde e como a impressão acontece.
Em testes com camundongos, os resultados foram promissores. Quando os cientistas imprimiram polímeros com doxorrubicina um quimioterápico próximo a tumores na bexiga, a taxa de destruição das células cancerígenas foi significativamente superior ao tratamento convencional por injeção direta.
A promessa dessa tecnologia é imensa: tratamentos personalizados, localizados e menos invasivos, com precisão de entrega jamais vista. Um novo capítulo para a medicina e a engenharia de materiais está sendo impresso literalmente sob a pele.