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Crítica | Triângulo da Tristeza

“A sátira perfeita para os dias atuais” - Time Out.


(Foto: Divulgação)


Escrito e dirigido pelo cineasta sueco Ruben Östlund, o filme “Triângulo da Tristeza” traz a análise da sociedade a partir de uma camada simbólica de privilégio. Com claras divisões entre a elite e os funcionários, temos um longa que é uma sátira aos dias atuais, nos quais uma sociedade do espetáculo contemporânea é apresentada. Com uma narrativa dividida em três partes, o telespectador acompanha a queda dos personagens que antes estavam em posição de autoridade e o renascimento dos que eram banalizados.


Trailer:


 

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O filme começa com Carl, interpretado por Harris Dickinson, já em sua decadência profissional: um modelo que agora está se vendo forçado a fazer audições para marcas que antigamente consideravam seu trabalho algo caro demais. Nesse momento já vemos uma crítica ao marketing de moda, que possui seus vários nichos de acordo com o preço e popularidade da marca. O cineasta, nesse primeiro ato, a ridicularização da indústria de moda e a brevidade dos seus ícones. Yaya, interpretada por Charlbi Dean, é uma modelo e influenciadora muito famosa e atual namorada de Carl. O relacionamento é baseado em discussões, desde quem vai pagar a conta até ciúmes e possessividade, e fotos para as redes sociais que mostram a vida superluxuosa - e irônica - de Yaya, que na realidade não possui condições de manter, mas como ganha muitos presentes de marcas famosas, consegue manter sua aparência para seus seguidores.


No segundo ato do filme que se é apresentada a temática principal. O casal embarca em uma viagem de navio, a qual Yaya ganhou, e somos introduzidos a vários tipos diferentes de personagens, os quais o diretor usará para discutir diferentes obsessões que pessoas da vida real também possuem, de forma irônica e extremista, mas ao mesmo tempo sem se aprofundar. Nesse momento já vemos a clara divisão entre os funcionários do navio e os passageiros que não aceitam "não" como resposta. Nesse ato o telespectador consegue ficar extremamente desconfortável, além dos estranhos diálogos entre os personagens, também temos os posicionamentos da câmera, que fica se mexendo de acordo com o navio, e o fato de uma comida estragada ter sido servida para os passageiros na noite do jantar com o comandante.


No terceiro e último ato, após o caos instaurado no navio, é apresentado o naufrágio de alguns personagens. Nessa fase, além de já ter sido colocado em mesmo patamar os passageiros e funcionários, vemos como que em situações nas quais o dinheiro não compra a solução, a elite do navio se vê desesperada e sem conseguir sobreviver na ilha deserta. A imposição social e econômica dos papéis já pré-determinados se vê claramente arruinada neste ato, no qual a camareira do navio se define como a chefe da situação, vendo que é a única que consegue sobreviver e manter os outros vivos. E agora, deixarei para quem for assistir o filme descobrir o desenrolar do enredo.


Quanto a parte técnica e reflexiva do longa, temos um roteiro e direção que mostra a hipocrisia das pessoas, principalmente quando temos papéis sociais invertidos. Não tem como negar que é um filme que provoca diversas emoções em seus telespectadores, principalmente o desconforto. Östlund sustenta sua obra em cenas pontuais e atuações certeiras, mas acaba deixando sua ideia geral mais no campo da pretensão do que da realização, fazendo assim que o filme seja superficial e nada além do básico. Em um mundo de “White Lotus” e “Parasita”, “Triângulo da Tristeza” não consegue se destacar tanto quanto gostaria.


O filme ganhou o prêmio “Palma de Ouro 2022” e está concorrendo a três diferentes categorias do Oscar. Para quem desejar assistir, o longa está em exibição nos cinemas brasileiros.



 

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Veja também: Crítica | Pearl
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