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Crítica | G20

  • Foto do escritor: Redação neonews
    Redação neonews
  • 22 de abr.
  • 3 min de leitura

G20 é mais um filme onde Viola Davis brilha em uma trama que tenta equilibrar geopolítica, ação e utopia com peso dramático e tropeços estruturais


Filme - G20
Filme - G20

(Foto: Divulgação)



Viola Davis é, sem sombra de dúvida, o motor emocional, político e físico de G20, o novo thriller de ação do Prime Video. No papel da presidente dos Estados Unidos, ela não só comanda o mundo em uma mesa de negociações como também mergulha em combates corpo a corpo, decisões morais complexas e conflitos internos que traduzem com precisão o peso de liderar. Como uma das poucas figuras em Hollywood que ainda consegue aprovar projetos originais de médio a grande orçamento, Davis entrega aqui mais do que performance: ela é o alicerce de uma fantasia política que flerta com o impossível, mas que ainda assim emociona.


O roteiro, assinado por quatro roteiristas — Caitlin Parrish, Erica Weiss, Noah e Logan Miller — começa com promessas instigantes. Ao contextualizar a protagonista no meio de um xadrez geopolítico que envolve primeiros-ministros hostis, ganância institucional e idealismos fragilizados, G20 mostra interesse real em falar de poder, desigualdade e diplomacia. Há um esforço em dar veracidade aos diálogos políticos e às tensões diplomáticas — algo raro em blockbusters do gênero. Porém, essa profundidade inicial logo cede espaço a uma estrutura mais tradicional de ação, onde a violência resolve o que as palavras não podem.


É aí que entra Antony Starr. Como o antagonista Rutledge, ex-soldado traumatizado e radicalizado, o ator de The Boys adiciona camadas perigosamente humanas ao vilão. Seu discurso inflamado sobre guerras injustas e hipocrisias do Ocidente bate forte — e isso torna seu confronto com a presidente Sutton ainda mais denso. Ambos compartilham um passado militar, ambos carregam cicatrizes, e é nesse território nebuloso entre o trauma e o heroísmo que o filme mais acerta. Davis, com sua entrega absoluta, faz de cada linha um manifesto, tentando sustentar a ideia de que é possível liderar com empatia em um mundo cheio de interesses escusos.


Mas mesmo com personagens potentes, G20 tropeça na hora da ação. A direção de Patricia Riggen, experiente em dramas e séries, perde o ritmo nas sequências que exigem tensão e fluidez. Momentos que deveriam ser catárticos — como uma cena-chave de confronto físico envolvendo Davis — são interrompidos com subtramas paralelas que quebram a imersão. A edição também sofre com escolhas que diluem a intensidade da ação, como se o filme quisesse ser cerebral e explosivo ao mesmo tempo, mas sem encontrar equilíbrio.


A tentativa de mostrar um esforço coletivo, onde a presidente Sutton une diferentes lideranças em torno de um bem maior, é nobre. Mas também soa ingênua, especialmente quando o roteiro escorrega para uma resolução apressada, que parece tão inverossímil que o próprio longa se apressa a encerrar com os créditos. É nesse momento que G20 revela sua maior contradição: vende uma utopia em que os líderes mundiais, movidos pela boa vontade, salvam o mundo — e isso sem jamais questionar o protagonismo americano como centro moral e operacional da salvação.


Ainda assim, há algo de valioso nessa proposta. Em tempos em que o cinismo domina tanto o noticiário quanto o cinema de ação, G20 ao menos tenta dizer que é possível agir com ética, que mulheres podem liderar com coragem e que os traumas não precisam nos definir. Pode não ser a fantasia mais realista, mas é uma fantasia bem interpretada. E, quando Viola Davis está em cena, a gente quase acredita que é verdade.


No fim, G20 é um filme que queria ser um épico político, virou um thriller de ação, mas encontrou seu coração nas mãos de uma atriz que carrega o mundo — e o roteiro — nas costas. E, por isso, mesmo com tropeços, vale o play.




Ficha Técnica


Nome: G20

Tipo: Filme

Onde assistir: Amazon Prime Video

Categoria: Ação/Thriller

Duração: 1 hora 48 min


Nota 3/5



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