Produção original da Apple TV Plus, lançada este ano, mostra experimento que altera as memórias dos personagens
(Reprodução)
É possível separarmos a vida do trabalho, daquela que temos em casa? Esta é uma pergunta que muitas pessoas fazem a si mesmas, e a resposta é, na maioria das vezes, não.
Alguns gostariam de, em algum momento, poder separar essas duas personas, pois os problemas do trabalho que levamos para casa podem prejudicar as relações e o bem-estar no lar; e os problemas pessoais podem atrapalhar na produtividade no escritório, ou em qualquer outro local de ofício. E tal situação corre o risco de se acentuar caso os dois ambientes se misturarem, como no caso daqueles que trabalham do lar.
Na época mais acentuada da pandemia, o home office foi uma das formas de trabalho adotadas por muitas empresas, e assim ficou muito mais difícil de se fazer essa separação pois o ambiente de trabalho se tornou a sua casa. O horário de almoço, por exemplo, não foi mais em um restaurante, e a todo o momento os funcionários teriam a companhia dos familiares. Por diversas vezes, foram vistos vídeos na web de pessoas que estavam em reuniões on-line, ou em aulas virtuais, e algum parente acabou aparecendo na filmagem da webcam.
Em 2022, a série chamada Ruptura, lançada pelo streaming Apple TV+, aborda de certa forma este assunto. Na sinopse, há a história de uma empresa que faz testes de tecnologia em seus funcionários; e tais testes em questão funcionam com um chip instalado no cérebro dos colaboradores. Este chip faria uma "ruptura", ou seja, uma separação de duas personas: o indivíduo profissional e o pessoal. Ao entrar no elevador da empresa, a pessoa esqueceria totalmente da sua vida fora do escritório, e ao sair do expediente ela apagaria por completo sua vida na companhia.
À primeira vista, esta é uma ótima ideia aos protagonistas. Nisso, até mesmo um dos personagens apresenta desejo de ter o chip, pois o recente falecimento da esposa "o atrapalharia em seu trabalho" (o que, lido dessa forma, parece até mesmo insano).
Ruptura, porém, aborda o assunto como algo negativo, no fim das contas. Ao decorrer da série, é possível perceber que uma mesma pessoa pode apresentar diferentes atitudes num mesmo ambiente, e que apesar de haver esta ruptura, o inconsciente de um indivíduo grava a memória de ambas as personas dentro da mente. Tais memórias se confundem e misturam, e é praticamente impossível manter duas personalidades separadas de forma tão metódica e sistemática.
O grande ponto de Ruptura é: as pessoas estão tão imersas no ambiente do trabalho, que é inviável separar totalmente o profissionalismo e as tarefas do emprego dos afazeres domésticos e preocupações da vida pessoal.
Olhando o seriado, vê-se que mesmo se conseguíssemos separar 100% as duas vidas, ainda teríamos muitos problemas de uma interferindo na outra. Por isso, o recomendado é que haja um equilíbrio entre as duas áreas: é preciso impor limites, não fingir ser algo que não é, e ter a inteligência emocional e relacional. É preciso viver cada momento no seu determinado tempo, e tentando ao máximo delimitar onde o seu trabalho começa e onde ele acaba na rotina.
Se você gosta do mundo dos negócios e procura dicas sobre o assunto, conheça a série de videocasts do neoTalk no canal oficial da neo no YouTube! Lá, você pode conferir todos os episódios da produção na íntegra.
