Wagner Moura brilha, mas noite no Gotham Awards 2025 revela um jogo duro na disputa por prêmios
- Redação neonews
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Mesmo favorito da temporada, ator brasileiro sai sem estatuetas no Gotham Awards 2025 — mas com uma trajetória artística que só cresce e fortalece “O Agente Secreto” como um dos filmes mais importantes do ano

(Foto: Divulgação)
Quando o nome de Wagner Moura começou a circular entre os favoritos da temporada de premiações por O Agente Secreto, muitos imaginavam que o Gotham Awards 2025 seria o pontapé inicial de uma campanha vitoriosa em Hollywood. Era a chance de o Brasil brilhar logo no começo da corrida. Mas, na noite desta segunda-feira (01), o desfecho foi bem diferente do esperado.
O longa de Kleber Mendonça Filho, que concorria nas categorias de Melhor Performance de Protagonista e Melhor Roteiro Original, acabou não levando nenhuma das duas estatuetas. Moura dividia a disputa com gigantes da atuação como Jessie Buckley (Hamnet), Lee Byung-hun (No Other Choice), Rose Byrne (Se Eu Tivesse Pernas, Eu te Chutaria), Ethan Hawke (Blue Moon), Jennifer Lawrence (Morra, Amor), Josh O'Connor (The Mastermind), Amanda Seyfried (O Testamento de Ann Lee) e Tessa Thompson (Hedda). No fim, quem venceu a noite foi o inglês Sopé Dìrísù, por A Sombra do Meu Pai.
E não parou por aí. Mais cedo na cerimônia, O Agente Secreto também perdeu o prêmio de Melhor Roteiro Original para Foi Apenas um Acidente, obra que consagrou o diretor e roteirista iraniano Jafar Panahi.
Mas se o Gotham fechou portas, o impacto do filme continua abrindo outras.
Um thriller político que atravessa fronteiras
Ambientado em um Recife de 1977, O Agente Secreto nos leva até Marcelo — interpretado por Moura — “um especialista em tecnologia que retorna a Recife após anos fora em busca de paz, apenas para descobrir que sua cidade natal esconde perigos e segredos inquietantes”. Em uma narrativa densa e afiada, o longa apresenta uma radiografia poderosa do Brasil dos anos 70, mergulhando em temas como repressão política, restrição de direitos e o uso da tecnologia como ferramenta de controle totalitário.
É o tipo de cinema que não apenas entretém, mas inquieta — e aí está a marca registrada de Kleber Mendonça Filho. Depois de Bacurau, ele mais uma vez mobiliza estética, política e tensão narrativa para criar um filme que conversa tanto com a história quanto com o presente.
Um elenco que sustenta a força do filme
Além de Moura, o elenco reúne grandes nomes do cinema brasileiro como Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone, Carlos Francisco, Alice Carvalho, Roberto Diogenes e Hermila Guedes. Udo Kier — que já havia brilhado em Bacurau — também marca presença. É um time robusto, afinado e que dá profundidade ao universo inquietante construído por Kleber.
Cannes já havia reconhecido e em alto nível
Se o Gotham Awards não sorriu para O Agente Secreto, Cannes sorriu — e muito. No festival deste ano, o filme saiu com dois prêmios históricos:
• Melhor Direção para Kleber Mendonça Filho
• Melhor Ator para Wagner Moura
Além disso, levou a Premiação de Cinema de Arte e o prêmio da crítica da FIPRESCI, reforçando a força internacional da obra. Premiações podem até oscilar, mas impacto cultural não, e esse o filme já tem.

(Foto: Divulgação)
O que significa essa derrota para Wagner Moura?
Sair do Gotham sem prêmio não diminui nem um milímetro da relevância de Moura na temporada. Pelo contrário: ele permanece entre os nomes mais comentados pela crítica especializada, e O Agente Secreto segue sendo tratado como um dos destaques do ano.
A corrida por prêmios é longa. E, como o próprio mercado mostra todos os anos, derrotas no início da temporada não definem o desfecho final — às vezes, apenas aquecem o caminho.
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