A atriz relembrou momentos de sexismo propagados pela organização
Créditos: Valerie Macon.
Os organizadores do Globo de Ouro, a Hollywood Foreign Press Association (HFPA), foram acusados de falta de diversidade e trabalhos duvidosos. No início desta semana, o órgão votou em reformas para ampliar seu quadro de membros. Mas Johansson está entre as estrelas e figuras da indústria do cinema que dizem que ainda precisa de uma "reforma fundamental".
O Globo de Ouro só perde para o Oscar em termos de reputação, mas mesmo assim, seus organizadores foram acusados de práticas discriminatórias, aceitação de "brindes" e outras faltas de condutas éticas.
Em fevereiro, uma reportagem no Los Angeles Times revelou que não havia negros entre os 87 membros da organização que votaram nos prêmios. Esta semana, o HFPA delineou um pacote de reformas de como funciona em uma tentativa de tornar a organização mais inclusiva.
Nesse pacote está incluso o aumento do número de membros, com ênfase no recrutamento de membros negros e na contratação de consultores de diversidade. Também foi afirmado que a organização irá afrouxar seu manto de sigilo e regras de admissão rígidas.
"A votação esmagadora de hoje para reformar a Associação reafirma nosso compromisso com a mudança", disse o presidente da HFPA, Ali Sar, em um comunicado na quinta-feira passada.
Entretanto, muitas figuras importantes de Hollywood disseram que as iniciativas não são boas o suficiente. Scarlett Johansson, que foi indicada cinco vezes para Globos de Ouro, instigou outros na indústria cinematográfica a boicotar a organização, a menos que ela fizesse mudanças internas significativas. Johansson, lembrou que enfrentou "questões sexistas e comentários de certos membros da HFPA que beiravam o assédio sexual".
"A menos que haja uma reforma fundamental necessária dentro da organização, acredito que é hora de dar um passo atrás na HFPA e nos concentrar na importância e na força da unidade dentro de nossos sindicatos e da indústria como um todo", afirmou a atriz.
Enquanto isso, os estúdios da Netflix e da Amazon disseram que pararam de fazer negócios com a HFPA até que ela avançasse em seus planos de reforma. O presidente-executivo da Netflix, Ted Sarandos, disse que está suspendendo o relacionamento "até que mudanças mais significativas sejam feitas".
O backlash atual sendo vivido pelo Globo de Ouro, retoma a situação "Oscar's So White" alguns anos atrás.
As críticas ao HFPA surgiram abertamente em fevereiro, quando o LA Times escreveu sua matéria exposição detalhando supostos conflitos éticos e outras condutas impróprias.
Seguindo a matéria do LA Times, mais de 100 agências de relações públicas de Hollywood ameaçaram aconselhar as estrelas que representam a não trabalhar com a HFPA se as mudanças não fossem feitas.
O mesmo grupo disse que, apesar das mudanças desta semana, continuará boicotando a Hollywood Foreign Press Association (HFPA).