Com mais de 49 mil focos registrados, setembro de 2024 já ultrapassa o total de queimadas do mesmo mês em 2023

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O cenário de queimadas no Brasil alcançou um novo patamar alarmante em setembro de 2024. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o país já registrou mais de 49 mil focos de queimadas neste mês, um número que supera o total contabilizado durante os 30 dias do mesmo mês no ano passado.
Até agora, em apenas 12 dias de setembro, foram identificados 49.266 focos de queimadas em todo o Brasil. Para efeito de comparação, no mesmo período do ano passado, foram registrados 46.498 focos. Essa média de focos por dia é a mais alta no país para o mês desde 2007, quando foram contabilizados 141 mil focos (uma média de 4.707 focos diários). Atualmente, o Brasil está identificando 4.105 novos focos a cada 24 horas.
As regiões mais afetadas são o Mato Grosso e o Pará, que juntos somam 24.367 focos 13.366 e 11.001, respectivamente. Esses dois estados registram metade das queimadas deste mês, refletindo a gravidade da situação nessas áreas.
Além das queimadas, o Brasil enfrenta a maior seca desde 1982, conforme relatado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). O baixo índice de umidade do ar está facilitando a propagação dos incêndios. Os biomas mais atingidos pela falta de chuvas são o Cerrado, o Pantanal e a Amazônia.
Distribuição dos Focos de Queimadas por Bioma
Amazônia: 24.803 focos
Cerrado: 18.023 focos
Mata Atlântica: 3.841 focos
Pantanal: 1.401 focos
Caatinga: 1.163 focos
Pampa: 35 focos
A alta quantidade de focos de incêndio tem causado sérios problemas para a qualidade do ar em várias cidades brasileiras. Fenômenos como a "chuva de fuligem" em São Paulo e a "chuva preta" no Rio Grande do Sul são indicativos do impacto das queimadas na saúde pública e no meio ambiente.
A situação destaca a necessidade urgente de medidas eficazes para o controle e prevenção de queimadas, além de um esforço coordenado para enfrentar a seca e suas consequências devastadoras. O monitoramento contínuo e a resposta rápida às queimadas são cruciais para mitigar os danos e proteger os ecossistemas e a população.
Com setembro já ultrapassando o total de queimadas registrado no mesmo mês do ano passado, o Brasil enfrenta um cenário crítico. A situação é um lembrete contundente da necessidade de estratégias robustas para lidar com as queimadas e suas causas subjacentes, bem como de um compromisso contínuo com a preservação ambiental e a gestão de desastres naturais.