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O bule que mata | A história real e sombria dos "assassin's teapots"

  • Foto do escritor: Redação neonews
    Redação neonews
  • há 13 horas
  • 3 min de leitura

Como um simples bule de chá pode ter servido como arma mortal ao longo da história


O bule que mata
O bule que mata

(Foto: Divulgação)


A aparência pode enganar — e nunca foi tão verdade como no caso dos elegantes bules de porcelana que, ao invés de apenas servir um chá reconfortante, escondiam um segredo mortal. Ao longo da história, esses objetos se tornaram aliados silenciosos de planos de assassinato e intrigas políticas. Sim, estamos falando dos infames “assassin's teapots”.


“Há várias maneiras para se matar alguém. E uma delas é usando um chá envenenado. Isso mesmo: trata-se uma estratégia que precisa ser bem disfarçada e que pode ter sido a causa de muitos assassinatos misteriosos.” Com aparência inofensiva, esses bules especiais começaram a levantar suspeitas justamente por um padrão incomum: “Em certas épocas da história, esse tipo de morte se tornou tão comum que esses aparelhos de chá ganharam até um apelido, ‘assassin's teapots’. Acontece que, na maior parte das vezes, várias pessoas bebiam o mesmo chá e só uma delas morria. Então o que será que acontecia?”


A explicação está na engenhosidade do design interno dos bules. “Na verdade, esse tipo de morte disfarçada requer o uso de um tipo de bule especial – mas que, no fim das contas, opera por um funcionamento bem simples.” O segredo está em suas divisões internas. “Esses ‘bules assassinos’ possuem por dentro câmaras separadas para armazenar o chá e o veneno, além de furos externos. Quando se tapa um furo, ele derrama chá. Quando tapa o outro, é o veneno que sai.”


O bule que mata
O bule que mata

(Foto: Divulgação)


Apesar da simplicidade mecânica, o mecanismo revela uma bela aplicação da física. “Estes bules de chá, portanto, não possuem uma tecnologia muito avançada, mas ainda assim é bem engenhosa. Eles funcionam a partir de dois princípios fundamentais: pressão atmosférica e tensão superficial.” Essa combinação garante que o conteúdo só seja liberado conforme a manipulação correta. “A pressão atmosférica é a força que o ar exerce sobre algo. Assim, ao tampar uma extremidade de um recipiente com um canudo, acaba-se criando uma vedação que impede que ar novo entre. Como essa pressão do ar fora do recipiente é maior do que a pressão interna, o líquido (que pode ser chá ou veneno) permanece dentro do bule.” “Para completar, a gravidade puxa o fluido para baixo para ajudar a mantê-lo parado em seu lugar.” E, como se não bastasse, a ciência da superfície também entra em ação: “Atua também nesse conjunto a tensão superficial, que pode ser observada quando uma folha flutua em uma poça. Isso acontece porque as moléculas de água na superfície aderem fortemente às moléculas de água vizinhas e formam uma camada.”


A origem desses artefatos é envolta em mistério. “Quem inventou esses bules? Não é muito simples descobrir quem inventou primeiro esse bule assassino – afinal, ele era uma ferramenta secreta utilizada para matar pessoas.” A teoria mais aceita é que a prática tenha nascido entre truques de palco. “No entanto, recipientes semelhantes a esse têm sido usado desde sempre pelos mágicos que queriam impressionar as suas plateias.” Ou seja, a fronteira entre ilusão e morte era sutil. “Trata-se, portanto, de um truque que é bem conhecido entre algumas pessoas. Inclusive há sites que ensinam como fazer esse tipo de recipiente.” Ainda assim, outras histórias apontam para o Oriente. “Por outro lado, há quem diga que esse artefato foi inventado na China, durante a Dinastia Ming, e era utilizado justamente para misturar venenos e bebidas.”


O bule que mata
O bule que mata

Um dos relatos mais intrigantes envolvendo esse tipo de bule está ligado ao assassinato do presidente americano James A. Garfield, em 1881. “Há uma espécie de boato com um desses bules que envolve a morte do presidente americano James A. Garfield em 1881.” O acusado, Charles Guiteau, supostamente teria usado um desses objetos como parte de seu plano. “A história é a seguinte: Charles Guiteau, o homem que atirou em Garfield, teria ficado zangado por não ter recebido um emprego no governo após a eleição e então decidiu resolver a sua questão por conta própria.” Após persegui-lo até Washington, Guiteau disparou duas vezes contra o presidente. “Ele então seguiu o presidente até Washington, e atirou duas vezes nas suas costas. Garfield morreu duas semanas depois e Guiteau foi preso e levado a julgamento por assassinato.” E é aí que entra a peça: “No tribunal, os promotores teriam provado que Guiteau havia comprado um pequeno bule de chá pouco antes do tiroteio, o que comprovaria sua intenção de assassinato.”


Hoje, esses bules não são mais usados como armas mortais, mas ganharam outro status. “Hoje uma peça dessas se tornou uma relíquia que é buscada por colecionadores em sites de leilão de antiguidades.” E além da fama sombria, resta uma curiosidade inusitada: “Não se pode dizer que esses bules não eram bonitos!”



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