Cientistas da Universidade Tufts criam dispositivo que dispara material fluido, imitando a teia de famoso super-herói
(Foto: Divulgação)
Em um fascinante exemplo de como a vida pode imitar a arte, cientistas da Universidade Tufts, nos EUA, desenvolveram a primeira tecnologia capaz de lançar teias, inspirados pelo Homem-Aranha. O estudo, publicado no periódico Advanced Functional Materials, revela um dispositivo inovador que dispara um material fluido e grudento através de uma agulha, solidificando-se rapidamente ao ser exposto ao ar.
Os pesquisadores do Silklab projetaram um dispositivo que utiliza um material fluido que, ao ser disparado, quase imediatamente se transforma em uma substância aderente e robusta, capaz de levantar objetos. Como destacou Fiorenzo Omenetto, professor de engenharia e diretor do Silklab, “como cientistas e engenheiros, navegamos na fronteira entre imaginação e prática. Podemos nos inspirar na natureza. Podemos nos inspirar em quadrinhos e ficção científica.”
Para criar o material, a equipe usou fibras pegajosas de casulos de mariposas de seda, especificamente da mariposa Bombyx mori. Esse método foi escolhido porque, embora a seda de aranha também tenha características semelhantes, a seda das mariposas apresenta uma complexidade estrutural menor e é mais fácil de obter.
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Durante a pesquisa, o professor Marco Lo Presti, autor principal do estudo, fez uma descoberta interessante ao trabalhar em um projeto de adesivos: “Enquanto limpava meu material de vidro com acetona, percebi que um material semelhante a uma teia estava se formando no fundo do vidro.” Esse processo levou os cientistas a entender como replicar as características dos fios de teia naturais, como rigidez, elasticidade e a adesividade.
Os testes mostraram que as fibras de “corda de teia” extrudadas conseguem levantar mais de 80 vezes seu próprio peso. Os pesquisadores foram capazes de agarrar diversos objetos, desde um casulo até um bloco de madeira, demonstrando a força e a eficácia do material.
Com um futuro promissor pela frente, os pesquisadores da Universidade Tufts vislumbram uma gama de aplicações para essas fibras inspiradas no Homem-Aranha, que incluem engenharia de tecidos, entrega de medicamentos, biomateriais e adesivos, além de possivelmente enriquecer os cosplays de super-heróis.