Do mesmo universo de The Boys, a série já é queridinha entre os fãs
(Foto: Divulgação)
O grande atrativo de "The Boys" reside em sua perspicácia ao imaginar como seria o mundo se super-heróis fossem uma realidade palpável, ou seja, humanos como nós. É uma realidade cruel, mas que tem um toque de verossimilhança. Através de uma abordagem ousada e cheia de sujeira, a série construiu um universo onde heróis e anti-heróis imperfeitos coexistem, vivendo em um mundo onde os "supers" são criados por empresas e controlados por impulsos humanos frequentemente traiçoeiros. Embora a série brilhe por sua camaradagem, desenvolvimento de personagens e reflexões sociais, seu principal gancho é a exploração de heróis detestáveis, que se mostram verdadeiramente "reais".
Isso nos leva aos três primeiros episódios de "Gen V", lançados simultaneamente no Prime Video nesta semana. Esta série derivada concentra-se na Universidade de Heróis Godolkin e começa estabelecendo protagonistas, apresentando um novo universo e montando uma equipe. No entanto, até agora, não fomos apresentados a um super-herói detestável, como prometido anteriormente, talvez com o personagem Golden Boy, interpretado por Patrick Schwarzenegger. Em vez disso, "Gen V" opta por seguir um caminho mais tradicional das séries adolescentes, onde os antagonistas são pais e professores, em vez de grandes figuras heróicas.
Esta abordagem é uma fórmula adequada para uma série derivada, já que "Gen V" utiliza e adapta as premissas de "The Boys" sem repetir a trama da série original. Ela simplesmente transporta as regras de seu universo para uma universidade onde jovens aprendem a utilizar seus poderes em diferentes áreas, seja em Hollywood ou no combate ao crime, que são basicamente as únicas opções disponíveis. A protagonista, Marie, descobre seus poderes de maneira trágica durante a puberdade e inadvertidamente mata seus pais logo de cara. À medida que conhecemos os poderes dos outros estudantes, descobrimos que cada um deles também tem uma história de origem sombria.
Assistir Marie sendo introduzida ao mundo dos heróis em formação é divertido porque sua combinação de um passado triste e humilde com um futuro promissor a torna uma personagem imprevisível. Ela é ambiciosa e, ao mesmo tempo, está determinada a seguir o caminho correto, mas, na primeira noite, quebra as regras. Acompanhar sua jornada é entender sua hesitação, mas torcer pelo sucesso dela, especialmente porque a franquia de "The Boys" já demonstrou sua capacidade de desenvolver personagens com trajetórias realistas.
"Gen V" também aproveita seu contexto adolescente não apenas para seguir as convenções do drama adolescente, mas também para explorar o abuso que todos os heróis em seu universo sofreram, tendo sido submetidos ao Composto V quando crianças, por decisão de seus pais. A série não apenas toca na superfície dessa temática delicada, mas a aborda com sensibilidade e profundidade, focando em uma adolescente que precisa se machucar para ativar seus poderes. Sua colega de quarto, Emma, precisa se forçar a vomitar para diminuir de tamanho. São temas difíceis, mas "Gen V" os aborda com habilidade e sensibilidade.
Tudo o que "Gen V" utiliza do universo original é justificado, e a série evita cair na armadilha de referências sem propósito. Vemos vislumbres de personagens conhecidos, ouvimos histórias sobre a Rainha Maeve, menciona-se o Trem-Bala e vemos as repercussões dos eventos da Godolkin na Vought. Tudo se encaixa organicamente. "Gen V", pelo menos até agora, demonstra sua habilidade em equilibrar personalidade e easter eggs, ao mesmo tempo em que desenvolve novos e cativantes personagens e os conecta à linha do tempo atual de "The Boys". Ela nos lembra, de forma sutil, que a verdade sobre o Composto V foi revelada, que há vagas abertas nos Sete e que Homelander enfrenta acusações em tribunal.
"Gen V" estabelece uma equipe sólida, introduzindo bons coadjuvantes para acompanhar Marie em sua jornada e apresentando um mistério intrigante a ser desvendado ao longo da temporada. Embora seja divertido acompanhar tudo isso, com o humor característico de "The Boys" e uma trilha sonora acertada, o único ponto negativo de "Gen V" pode ser que ele diminui um pouco o brilho da singularidade da série original.
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