Estruturas antigas indicam uma transformação significativa na vida dos povos da região
(Foto: Divulgação)
Uma construção impressionante do período neolítico, datada de 5 mil anos, foi descoberta em uma ilha da Dinamarca. O local, conhecido como Nygårdsvej 3, está situado próximo à vila de Eskilstrup e foi encontrado durante obras para uma nova linha férrea. Essa descoberta não só oferece um vislumbre do passado, mas também desafia nossa compreensão sobre a evolução das sociedades na região.
As escavações revelaram duas fases de construção de casas, projetadas segundo características comuns a uma cultura que floresceu no norte da Europa entre aproximadamente 4.000 e 2.800 a.C. “A escavação revelou duas fases de construção de casas que foram erguidas usando projetos comuns a uma cultura que existiu no norte da Europa entre cerca de 4.000 e 2.800 aC.”
Essas sociedades agrícolas foram pioneiras em transformar a paisagem da Dinamarca, do norte da Alemanha, sul da Suécia e partes dos Países Baixos e Polônia, marcando uma transição drástica do estilo de vida dos caçadores-coletores do final do Mesolítico.
O estudo, publicado na revista Radiocarbon, destaca como as novas construções não apenas introduziram habitações, mas também túmulos megalíticos e outras estruturas significativas. Entre as descobertas mais fascinantes está uma espécie de porão para armazenar alimentos. A equipe de pesquisadores identificou que os pisos das edificações eram feitos de argila compactada, um recurso utilizado em outras partes do mundo, mas que era bastante avançado para a Escandinávia na época.
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Os arqueólogos encontraram um grande número de seixos que foram colocados de forma deliberada, criando uma característica submersa semelhante a um porão. “Se essa interpretação estiver correta, um detalhe surpreende: isso representaria um salto tecnológico significativo que teria ajudado a preservar os alimentos naquela época.” Essa descoberta sugere que os povos neolíticos já estavam desenvolvendo técnicas de armazenamento que influenciariam suas práticas agrícolas e de subsistência.
Os pesquisadores também analisaram a possibilidade de que o espaço submerso tivesse funções ritualísticas, mas a evidência material disponível não foi suficiente para apoiar essa teoria. Portanto, a real finalidade dessa construção ainda é um mistério. Além das estruturas, foram recuperados 1.216 artefatos, incluindo ferramentas de sílex, fragmentos de cerâmica e até mesmo ouriços-do-mar fossilizados.
Essa descoberta na Dinamarca não apenas ilumina aspectos da vida dos nossos antepassados, mas também reforça a ideia de que a inovação tecnológica e a adaptação foram fundamentais para o desenvolvimento das primeiras sociedades agrícolas na Europa.
À medida que mais pesquisas forem conduzidas, podemos esperar revelações ainda mais surpreendentes sobre a vida no neolítico e as transformações que moldaram nosso passado.