Demis Hassabis e o Futuro da IA | Entre Abundância Radical e Responsabilidade Ética
- Redação neonews
- há 8 horas
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CEO da DeepMind, Demis Hassabis, defende que a inteligência artificial pode transformar a humanidade se for guiada por valores seguros

(Foto: Divulgação)
Demis Hassabis, CEO da Google DeepMind, vê a inteligência artificial como muito mais do que uma revolução tecnológica. Para ele, essa nova era pode se tornar um verdadeiro ponto de inflexão para a sociedade, capaz de impulsionar curas, resolver crises e fomentar uma nova mentalidade coletiva.
Em entrevista recente à Wired, o executivo compartilhou uma visão entusiasmada sobre o impacto da IA no futuro da humanidade. Sua fala contrasta com a postura mais cautelosa de outros líderes do setor, como Yoshua Bengio, e propõe um caminho de otimismo mas também de responsabilidade.
“Queremos que esses sistemas tragam maravilhas reais: novas curas, fontes de energia inéditas, avanços que beneficiem a todos”, afirmou Hassabis. Ao mesmo tempo, ele alerta: os primeiros sistemas de inteligência artificial geral precisam nascer com base em valores éticos sólidos, ou os riscos podem ser severos.
A IA geral, segundo Hassabis, é o próximo grande passo: sistemas capazes de aprender e aplicar qualquer tipo de conhecimento humano. “A DeepMind trabalha com a expectativa de alcançar uma IA geral, capaz de absorver e aplicar todo o conhecimento humano, em um horizonte de cinco a dez anos, com uma probabilidade estimada de 50%.” Se esse avanço se confirmar, ele poderá mudar radicalmente como vivemos, produzimos e nos relacionamos.
Mais do que ganhos econômicos, Hassabis aposta que essa tecnologia poderá desbloquear novas formas de consenso e colaboração entre pessoas, nações e setores antes em conflito. “Espero que isso nos torne menos egoístas. A inteligência artificial geral poderá gerar uma abundância radical e, com isso, podemos evoluir nossa mentalidade para uma sociedade de soma não zero”, defende o CEO.
Além da promessa de progresso, Hassabis enxerga na IA uma aliada contra as maiores crises que enfrentamos hoje da crise climática à escassez de água. Segundo ele, a inteligência artificial não resolverá tudo sozinha, mas poderá indicar caminhos para uma atuação humana mais eficiente e colaborativa.

(Foto: Divulgação)
“Como espécie, nunca fomos muito bons em colaborar. Muitos dos nossos habitats naturais estão sendo destruídos porque mudanças exigem sacrifícios, e as pessoas resistem a isso. Mas uma proliferação radical da IA pode ajudar a reformular esse cenário, mostrando que soluções colaborativas são possíveis e vantajosas.”
Com uma postura que equilibra entusiasmo e pragmatismo, Demis Hassabis reforça a urgência de se desenvolver a inteligência artificial com consciência ética, visão sistêmica e foco no bem coletivo. O futuro que ele vislumbra é ousado, mas exige decisões responsáveis hoje.