China Alcança Novo Marco em Fusão Nuclear com "Sol Artificial"
- Redação neonews
- 28 de jan.
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Reator EAST mantém plasma de fusão por mais de 1.000 segundos, superando recorde anterior e aproximando a fusão nuclear de uma possível aplicação comercial

(Foto: Divulgação)
Em um avanço significativo para a ciência e a tecnologia, a China alcançou um novo recorde mundial em fusão nuclear no dia 20 de janeiro, com o reator Supercondutor Avançado Experimental Tokamak (EAST), conhecido popularmente como “Sol artificial”. O reator conseguiu manter um plasma de fusão superquente confinado por 1.066 segundos, um feito impressionante que mais do que dobra o recorde anterior de 403 segundos, estabelecido pelo próprio EAST.
Os reatores de fusão, como o EAST, imitam o processo natural de geração de energia do Sol, onde dois átomos leves se fundem para formar um mais pesado, liberando uma grande quantidade de energia. Para reproduzir esse processo na Terra, é necessário atingir temperaturas muito mais altas do que as do núcleo solar, além de manter o plasma preso em uma câmara com potentes campos magnéticos. O sucesso recente do EAST representa um passo crucial na busca por uma fonte de energia limpa e praticamente ilimitada.
A fusão nuclear é considerada uma das promessas mais excitantes para o futuro da geração de energia. Além de ser uma fonte de energia sem emissões de gases do efeito estufa, a fusão não gera grandes quantidades de lixo nuclear, o que a torna uma opção sustentável a longo prazo. Contudo, cientistas enfrentam desafios técnicos há mais de 70 anos para tornar a fusão nuclear uma realidade comercial.
Embora o marco do EAST ainda não signifique uma solução imediata, ele coloca a fusão nuclear mais próxima de uma aplicação prática. O diretor do Instituto de Física de Plasma da Academia Chinesa de Ciências, Song Yuntao, explicou: “Esperamos expandir a colaboração internacional e tornar a energia de fusão prática para toda a humanidade”. O objetivo dos pesquisadores agora é atingir uma operação estável por milhares de segundos, alcançando a circulação autossustentada do plasma, algo essencial para futuras usinas de fusão.

(Foto: Divulgação)
A recente conquista foi possibilitada por atualizações significativas no reator, incluindo a duplicação da potência do sistema de aquecimento. Apesar de ser um dos reatores de fusão mais avançados do mundo, o EAST ainda consome mais energia do que produz. Isso se assemelha aos avanços feitos em 2022 nos Estados Unidos, onde um reator da Instalação Nacional de Ignição conseguiu alcançar a ignição em seu núcleo, mas também consumiu mais energia do que gerou.
A importância do sucesso do EAST vai além da China. Ele tem implicações para projetos internacionais, como o Reator Termonuclear Experimental Internacional (ITER), que está sendo construído no sul da França com a colaboração de dezenas de países, incluindo os EUA, o Reino Unido e o Japão. Com previsão de entrada em operação em 2039, o ITER será o maior experimento de fusão nuclear do mundo e poderá abrir caminho para a comercialização da energia de fusão.
Com o crescente interesse global e avanços contínuos, a fusão nuclear está se aproximando cada vez mais de uma possível realidade comercial, oferecendo um futuro mais sustentável e promissor para a geração de energia.