Queda na fecundidade e aumento da população idosa explicam a mudança; Rio Grande do Sul e Alagoas iniciarão redução populacional já em 2027
(Foto: Divulgação)
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira, 22 de agosto de 2024, novas projeções que indicam que a população brasileira começará a encolher em 2042, um ano antes do previsto anteriormente. Este ajuste nas estimativas reflete mudanças significativas nas dinâmicas demográficas do país.
Segundo as novas projeções, a população do Brasil, que atualmente é de 203 milhões, deverá atingir cerca de 220 milhões em 2041. A partir de 2042, o número começará a diminuir gradualmente, com uma previsão de chegar a 199,2 milhões em 2070.
A antecipação da data de inflexão foi ajustada em seis anos em relação à previsão anterior, que indicava que o país começaria a encolher em 2048. Essa alteração ocorreu devido ao uso dos dados mais recentes do Censo de 2022, que revelaram uma população menor do que a estimada anteriormente com base no Censo de 2010.
A principal razão para a diminuição da população é a queda na taxa de fecundidade. De 2000 a 2023, o número de filhos por mulher caiu de 2,32 para 1,57, bem abaixo do nível de reposição populacional, que é de 2,1 filhos por mulher. Além disso, a idade média das mulheres ao ter filhos aumentou de 25,3 anos em 2000 para 27,7 anos em 2020, com projeções indicando que atingirá 31,3 anos até 2070.
O número anual de nascimentos também caiu de aproximadamente 3,6 milhões em 2000 para 2,6 milhões em 2022, e espera-se que continue a diminuir para 1,5 milhão até 2070.
Outro fator significativo é o aumento na expectativa de vida. A expectativa de vida dos brasileiros deve aumentar de 72,1 anos para 81,7 anos para os homens, e de 78,8 anos para 86,1 anos para as mulheres até 2070. Esse aumento, combinado com a redução na taxa de natalidade, resultará em uma população cada vez mais envelhecida. A idade média nacional deve subir de 34,8 anos para 51,2 anos até 2070.
Os primeiros estados a experimentar uma redução populacional serão o Rio Grande do Sul e Alagoas, a partir de 2027. O Rio de Janeiro também começará a ver uma diminuição em sua população a partir de 2028. Esses estados são os primeiros a enfrentar esse fenômeno devido à queda na taxa de fecundidade e à migração de residentes para outras regiões.
Por outro lado, o Mato Grosso é o único estado que não deve enfrentar uma redução populacional até 2070, graças a uma taxa de fecundidade mais alta e a um fluxo migratório positivo.
As projeções também sugerem alterações na ordem dos estados por população. O Mato Grosso deverá subir de 16º para 13º maior estado do país, enquanto o Ceará passará a ser o segundo maior estado do Nordeste, ultrapassando Pernambuco. Roraima e o Rio Grande do Sul também verão mudanças em seu status relativo entre os estados.
O Censo de 2022 trouxe diversas revelações importantes, como o fato de que o Brasil tem atualmente 203 milhões de habitantes, um número menor do que o anteriormente estimado. O país está se tornando mais feminino e envelhecido, com a idade mediana subindo para 35 anos. Além disso, a pesquisa revelou um aumento significativo na população indígena e mudanças na demografia racial, com um crescimento no número de pessoas que se identificam como pardas e pretas.
As novas projeções do IBGE oferecem um panorama detalhado das futuras tendências demográficas do Brasil, destacando a necessidade de planejamento e adaptação às mudanças que estão por vir.
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