Apple processa YouTuber por suposto esquema de invasão de iPhone e vazamento de segredos do iOS
- Redação neonews
- 18 de jul.
- 2 min de leitura
Jon Prosser, influente criador de conteúdo sobre tecnologia, é acusado de lucrar com informações obtidas ilegalmente sobre o sistema operacional da Apple

(Foto: Divulgação)
A Apple entrou oficialmente com uma ação judicial contra Jon Prosser, conhecido especialista em vazamentos e dono de um canal no YouTube com mais de 558 mil inscritos. Segundo documentos obtidos pelo site MacRumors, o processo foi aberto em uma corte distrital da Califórnia, nos Estados Unidos, e alega que Prosser e um sócio participaram de um "esquema elaborado para invadir o iPhone de desenvolvimento de um funcionário da Apple, obter segredos corporativos e lucrar com o roubo".
As informações vazadas envolvem o iOS 26, versão mais recente do sistema operacional do iPhone. Prosser, em resposta à acusação, usou a rede social X (antigo Twitter) para declarar que pretende conversar com a Apple e dar sua versão dos fatos. Ele afirmou ainda que "não estava ciente da situação" por completo e que "não 'conspirou' para acessar o telefone de ninguém".
O que diz a acusação?
De acordo com o processo, Prosser não apenas divulgou informações recebidas de terceiros, mas teria participado ativamente da invasão. O plano teria contado com Michael Ramacciotti, também processado, que obteve acesso irregular ao iPhone corporativo de Ethan Lipnik, funcionário da Apple. Michael teria descoberto a senha do aparelho enquanto estava na casa do colega e, posteriormente, feito uma chamada via FaceTime com Prosser para mostrar o conteúdo sigiloso.
As imagens vazadas serviram como base para renderizações que anteciparam mudanças no design do iOS, como bordas curvas e um efeito "de vidro" em ícones e menus, recurso que a Apple batizou oficialmente de Liquid Glass. Apesar de algumas previsões incorretas, como o suposto novo app de câmera que não foi lançado, parte das informações reveladas por Prosser se confirmou.

(Foto: Divulgação)
Lipnik foi demitido pela Apple por má conduta após a descoberta do envolvimento de seu dispositivo. Já Michael admitiu saber que a ação era ilegal e que poderia colocar o emprego do colega em risco.
Histórico de combate a vazamentos
A Apple há anos trava uma batalha contra vazamentos de informações sobre seus produtos. A empresa já processou ex-funcionários e parceiros comerciais por quebra de confidencialidade, especialmente às vésperas de lançamentos importantes.
O caso contra Prosser, no entanto, chama atenção pelo envolvimento direto de um criador de conteúdo influente, que teria lucrado com visualizações e parcerias ao divulgar o material obtido de forma suspeita.

(Foto: Divulgação)
Por enquanto, o julgamento não tem data marcada, e Prosser insiste que sua participação não foi criminosa. A ação reacende o debate sobre os limites entre jornalismo tecnológico, vazamentos e violação de propriedade intelectual no setor.
Além do impacto direto na carreira de Jon Prosser, especialistas acreditam que o processo pode marcar um divisor de águas no combate aos vazamentos. Se a Apple vencer a ação, criadores de conteúdo e insiders podem enfrentar riscos legais mais severos, o que reduziria a frequência de rumores e antecipações sobre futuros produtos da marca. Por outro lado, a medida também pode gerar debates sobre liberdade de imprensa e limites éticos na cobertura tecnológica, já que muitos vazamentos acabam servindo como fonte de interesse público e influenciam o mercado de inovação.